O diagnóstico de autismo em uma criança pode ser um momento desafiador para os pais, mas é essencial entender que existem recursos e suporte disponíveis. A prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem aumentado ao longo do tempo, e estima-se que cerca de 1% da população brasileira tenha autismo, com um predomínio no sexo masculino. Segundo o Ministério da Saúde, estudos indicam que mudanças nos critérios diagnósticos e maior conscientização contribuíram para essa maior frequência de diagnósticos.
Os sintomas do autismo são caracterizados por déficits persistentes na comunicação e interação sociais, bem como padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses e/ou atividades. A detecção precoce é crucial para implementar uma intervenção adequada, que pode melhorar significativamente o prognóstico.
Segundo a Coordenadora Terapêutica da Apae Curitiba, Laura Cutrim, o diagnóstico de Autismo não acontece imediatamente após o nascimento. “Devido à ausência de fenótipos (características físicas). As famílias percebem alterações no desenvolvimento, como por exemplo, “lentidão” para a aquisição de determinadas habilidades que são esperadas, dificuldade em relacionar com pessoas, resistência ao toque, entre outros”, contou.
O diagnóstico do autismo é um processo complexo e geralmente realizado por uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos pediatras ou neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e psiquiatras infantis. Os profissionais de saúde utilizam uma variedade de instrumentos de avaliação, entrevistas e observação clínica para identificar comportamentos e características associados ao espectro autista.
Uma vez diagnosticado, é importante que os pais e familiares se adaptem à rotina para atender às necessidades da criança com autismo. Isso pode incluir criar um cronograma visual, estabelecer horários para atividades diárias e permitir tempo suficiente para transições. Manter uma rotina consistente pode ajudar a reduzir a ansiedade, melhorar a comunicação e a interação social.
O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil oferece apoio e assistência a pacientes com autismo, incluindo Centros Especializados em Reabilitação (CER), que fornecem diagnóstico, tratamento e tecnologia de apoio. O tratamento pode incluir intervenções educativas, socioeducativas, reabilitativas, além de tratamento médico e psiquiátrico para limitações funcionais e de linguagem, entre outros aspectos.
Segundo o Ministério da Saúde, apesar dos desafios, é possível que indivíduos com TEA alcancem um alto grau de desenvolvimento e autonomia. Histórias como a de Caio, que aos 22 anos já cursa sua segunda graduação, mostram que o TEA não é um impeditivo para alcançar objetivos.
É essencial para as famílias buscar conhecimento sobre o autismo e estratégias para lidar com os sintomas, visando melhorar a interação social e a qualidade de vida da pessoa com TEA. Cursos e recursos educativos, como o curso “Autismo, e agora?” desenvolvido por Débora Parente Aldeia, podem ser de grande ajuda para pais, familiares e cuidadores.
Lembrando que a ideia de que vacinas causam autismo é uma falácia. Estudos científicos rigorosos, envolvendo milhões de crianças, não encontraram evidências de uma ligação entre vacinas e autismo. As principais organizações de saúde do mundo afirmam categoricamente que vacinas são seguras e não causam autismo.
Receber um diagnóstico de autismo para um filho pode ser um momento difícil, mas há muitos recursos e apoios disponíveis que podem ajudar a família a se adaptar e proporcionar um ambiente de crescimento e desenvolvimento para a criança.
A Apae Curitiba desempenha um papel importante na comunidade ao atender pessoas com deficiência intelectual, síndromes e transtornos, incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Ao fornecer serviços integrados de educação, saúde e assistência social, a Apae Curitiba se destaca como uma referência no apoio a indivíduos com necessidades especiais e suas famílias. Para as crianças e jovens com autismo, a abordagem multidisciplinar da instituição é particularmente benéfica, proporcionando não apenas educação adaptada às suas necessidades específicas, mas também suporte terapêutico e de reabilitação.
Essa atenção especializada ajuda a promover o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicação e autonomia, aspectos essenciais para melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA. Através de sua expertise e recursos, a Apae Curitiba exemplifica o compromisso com a inclusão e o desenvolvimento integral de todos os seus assistidos, ressaltando a importância de entidades como está no apoio e acompanhamento de famílias após o diagnóstico de autismo.
“As crianças encaminhadas para a Apae Curitiba, são atendidas nas áreas de Educação, Assistência Social e Saúde. Proporcionar atendimento em todas as áreas, favorece o melhor desenvolvimento. As profissionais da saúde avaliam as necessidades e realizam os atendimentos conforme as possibilidades, sempre estimulando o desenvolvimento das crianças”, contou a coordenadora.