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Pessoas autistas e com TDAH podem camuflar comportamentos atípicos, tornando-os menos visíveis

Descubra o que é “masking” e “camuflagem” e compreenda como essas condições impactam a vida das pessoas com autismo e TDAH, além das consequências desses procedimentos.
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Lorena Motter Kikuti
Estagiária de Jornalismo
Publicado em

Compreender o fenômeno do mascaramento no contexto do autismo é essencial para uma visão mais completa das experiências dessas pessoas. O mascaramento, também conhecido como “camuflagem”, refere-se à capacidade de ocultar características autistas, muitas vezes para se adaptar melhor aos padrões sociais dominantes. 

O termo “masking”, também conhecido como mascaramento em português, descreve a capacidade que algumas pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) ou transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) têm de ocultar seus sintomas ou comportamentos considerados atípicos.

Além disso, conforme o Instituto NeuroSaber, o objetivo principal do “masking” ou “camuflagem” é adaptar-se às normas sociais para evitar julgamentos e discriminação. Entretanto, muitas vezes esse comportamento ocorre de forma inconsciente ao longo do desenvolvimento da criança, como uma forma de se integrar socialmente.

Portanto, embora compreensíveis como estratégias de adaptação, tais comportamentos destacam a importância de criar ambientes sociais inclusivos e diversificados.

Tipos de “masking”

De acordo com o instituto, há três estratégias de camuflagem social que podem ser empregadas para se ajustar mais efetivamente em contextos sociais: compensação, mascaramento e assimilação.

Compensação:

 Implica em imitar comportamentos e falas de outras pessoas, criando um guia para interações sociais mais suaves.

Mascaramento:

Envolve o monitoramento de expressões corporais e faciais para ocultar o esforço necessário para lidar com uma determinada interação social.

Assimilação:

Consiste em agir de acordo com um contexto social específico, utilizando estratégias e comportamentos próprios ou até mesmo de outras pessoas, a fim de transmitir a impressão de que a interação social está ocorrendo de forma natural.

Como essas técnicas comumente aparecem no transtorno do espectro autista (TEA) e no TDAH

O Instituto NeuroSaber informa que é comum pessoas com TEA e TDAH controlarem suas expressões emocionais. Assim, um indivíduo com autismo pode observar e reproduzir expressões faciais ou gestos típicos a fim de se integrar em interações sociais e uma pessoa com TDAH pode suprimir impulsividade ou agitação, inibindo reações naturais para evitar críticas.

Impactos dessas técnicas

A repetição do uso do “masking” causa exaustão e resulta em sofrimento psíquico. Ao suprimirem seus comportamentos autênticos, as pessoas com TEA e TDAH podem enfrentar um aumento do esgotamento emocional, ansiedade, diminuição da autoestima e até mesmo uma perda de sua identidade pessoal, afirmou o Instituto. 

Adicionalmente, o esforço dedicado para se adequar às expectativas sociais pode ter um impacto negativo em seu desempenho escolar e profissional. 

Portanto, o Instituto NeuroSaber advertiu que é essencial dar atenção especial à prática da camuflagem social, especialmente durante a adolescência, quando as pressões sociais se intensificam, especialmente para as meninas. 

“Masking” em mulheres com TEA, qual a problemática?

Conforme o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de 2020, o transtorno do espectro autista (TEA) é diagnosticado com quatro vezes mais frequência em meninos do que em meninas.

Visto isso, concluiu-se que o cérebro feminino exibe naturalmente uma maior sociabilidade, habilidades empáticas e comunicativas mais desenvolvidas, o que facilita a camuflagem dos comportamentos ligados ao TEA.

Apesar de ser uma estratégia utilizada por ambos os gêneros, a camuflagem é mais comumente observada em meninas e mulheres sem deficiência intelectual (TEA nível 1 de suporte), de acordo com o portal Autismo e Realidade. 

Segundo o portal Autismo em Dia, as razões pelas quais as mulheres e meninas com TEA praticam o masking com mais frequência se dá no fato de que desde cedo, as mulheres são condicionadas a agirem de maneira “agradável e sociável”, obtendo uma cobrança e pressão social maior. Na realidade, mesmo dentro da população neurotípica, meninas e mulheres são frequentemente limitadas e direcionadas em relação ao comportamento que devem adotar para serem aceitas socialmente. Dessa maneira, é compreensível que meninas com autismo tendam a suprimir seus impulsos para se ajustarem ao ambiente social. 

Isso torna a identificação do transtorno no público feminino ainda mais complexa. Como resultado da camuflagem social, as mulheres frequentemente recebem um diagnóstico tardio, o que afeta negativamente sua acessibilidade aos serviços de saúde adequados e atrasa sua auto aceitação.

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