A CID-11 entrou em vigor em janeiro de 2022, a qual prevê a 11ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta nova versão inclui uma mudança significativa em relação à versão anterior, o CID-10, em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
De acordo com o blog de Daniela Freitas, especialista que convive com a condição, na CID-10, o TEA era classificado como um distúrbio invasivo do desenvolvimento. Já na CID-11, a condição passou a ser classificada como um transtorno do neurodesenvolvimento, o que reflete uma compreensão mais atualizada da condição.
Além disso, a CID-11 tem uma abordagem mais flexível em relação ao diagnóstico do TEA, permitindo a identificação de diferentes perfis clínicos e de gravidade, considerando a presença ou ausência de comorbidades e a especificidade do perfil cognitivo e comportamental do indivíduo.
Essa abordagem mais abrangente reflete a compreensão atual de que o TEA é um espectro amplo e heterogêneo, que pode se manifestar de diferentes formas e níveis de gravidade em cada indivíduo. É importante destacar que a inclusão do autismo na CID-11 não significa que ele seja uma doença ou uma condição patológica, mas sim uma maneira de classificar e diagnosticar a condição de acordo com critérios específicos.
A classificação é uma ferramenta essencial para profissionais de saúde em todo o mundo, pois fornece uma classificação consistente e padronizada de doenças e condições de saúde. Isso permite que profissionais de diferentes países e especialidades comuniquem-se com mais eficiência sobre diagnósticos, tratamentos e prognósticos.
Para os profissionais de saúde, a CID-11 é especialmente importante, pois ajuda a padronizar o diagnóstico de condições de saúde, garantindo que um mesmo diagnóstico seja feito da mesma forma em diferentes lugares. Isso é fundamental para garantir a eficácia dos tratamentos, além de manter a atualização regular da classificação de doenças e condições de saúde. Esse processo também garante que os profissionais de saúde tenham acesso às informações mais atualizadas e precisas, permitindo que eles forneçam os melhores cuidados possíveis aos seus pacientes.
A nomenclatura também é importante para a pesquisa médica e científica. Ela permite que pesquisadores em diferentes lugares trabalhem com dados consistentes, ajudando a comparar resultados e avançar no conhecimento médico. Além disso, a inclusão de novas doenças e condições na CID-11 podem ajudar a aumentar a conscientização sobre elas e incentivar a pesquisa para desenvolver novos tratamentos.