A descriminação e o preconceito contra as pessoas com deficiência ainda são debates constantes em nossa sociedade e a falta de inclusão não é diferente. É preciso entender que todos temos nossas limitações e isso nos torna parte da diversidade. Mesmo com a pluralidade de informações a respeito dessa temática, é possível observar uma certa resistência ao encarar esse problema de frente.
A inclusão é fundamental para que o indivíduo possa ter a plena participação na sociedade, mantendo o convívio e, ao mesmo tempo, dando a oportunidade para que as pessoas possam ter outro olhar sobre elas e entender de fato a PcD.
Diante disso, podemos destacar a psicologia como uma aliada nesse momento de inserir o indivíduo na sociedade. O papel do psicólogo é importante não só para orientar o indivíduo, mas trazer informação para as pessoas que se relacionam direta ou indiretamente, facilitando o entendimento sobre o lugar em que a PcD está inserida. O profissional, além de manter o seu trabalho dentro do consultório, deve levar esse assunto para fora dele, seja no trabalho, na escola ou no próprio convívio familiar.
Joubert Ramalho, psicólogo da Apae Curitiba, conta que a melhor maneira de fazer com que a inclusão seja efetiva é tendo a compreensão entre o “eu” e do “outro”, mas principalmente estabelecer uma relação de diálogo para haver pelo menos a redução de questionamentos que possam limitar o processo de inclusão.
Dentro do ambiente familiar e escolar deve-se manter o entendimento do processo de empatia, o profissional diz que essa é a forma ideal de potencializar a inclusão,” é possível transpor obstáculos que venham surgir no ambiente inserido e no próprio processo inclusivo, exemplo disso é a área de educação especial, onde os profissionais possuem diversas formações diretivas a tal temática para agregar maiores ganhos a PcD,” relata.
A falta de inclusão pode trazer algumas consequências na vida da criança, como, por exemplo, afetar a inteligência. Segundo Ramalho, a falta de estímulos, a criança não consegue desenvolver as suas potencialidades e habilidades, afetando o sistema motor, principalmente nos primeiros anos de vida. ”Em âmbito social pode gerar comportamentos de fuga e esquiva de situações sociais, dificuldade na comunicação, e tendência a excluir-se, podendo em alguns casos desenvolver quadros de depressão devido este processo,” afirma.
Dentro do seu ambiente de trabalho, Joubert diz que ao demonstrar interesse e fazer valer o processo de troca, tanto ele quanto o paciente são beneficiados, pois ambos valorizam a relação e tendem a sempre estimular tal situação no seu dia a dia, desenvolvendo-se cada vez mais e reduzindo as barreiras das relações interpessoais que surjam.
Por isso a inclusão é fundamental, principalmente na infância, é a sensação de acolhimento e pertencimento que os pequenos conseguem ter uma vida saudável e livres para serem o que quiserem.