O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que se destaca pela modificação das funções de desenvolvimento neurológico do indivíduo, afetando suas habilidades de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.
Conforme o artigo “Distúrbios do desenvolvimento – Estudos Interdisciplinares”, publicado por Cibelle Amato, Decio Brunoni e Paulo Boggio, as alterações na entrada de estímulos sensoriais, o processamento e incorporação pelo sistema nervoso central, assim como modificações na programação das respostas motoras podem ser explicações para as dificuldades comunicativas e sociais em pessoas com o espectro.
Dessa forma, a promoção de habilidades comunicativas, tais como diálogo através de figuras, comunicação funcional ou alcance a sintetizadores de voz, provoca progressos no comportamento adaptativo e redução de condutas-problema. Por isso, de acordo com o escrito, a comunicação alternativa e ampliada (CAA), como um instrumento de ensino e de inserção na sociedade, é um método essencial para a vida das famílias com filhos que pertencem ao espectro. A CAA é caracterizada por um método que busca potencializar recursos comunicativos emergentes ou códigos alternativos, como figuras, desenhos ou símbolos, e responde às necessidades de comunicação dessas crianças (e adultos) que possuem adversidades relacionadas à comunicação funcional.
De acordo com o estudo, os pais ou cuidadores são os principais parceiros de comunicação da criança com TEA e devem ser tratados como peças chaves em qualquer interferência de aquisição de linguagem e comunicação para os filhos. Desse modo, é necessário realizar um treinamento sistemático e efetivo para que os pais aprendam métodos de CAA que favoreçam o desenvolvimento de linguagem.
Além disso, o texto também enfatiza que o treinamento em CAA pode ser praticado em momentos de interação e com o uso de princípios de intervenção naturalística. Essas intervenções podem ser realizadas tanto por pais, profissionais ou professores e podem acontecer nas tarefas cotidianas da família e da criança.
Em uma intervenção naturalística, o profissional ou familiar ajusta o ambiente, tarefa ou rotina, oferece suporte para que a criança desenvolva o comportamento desejado, adapta a conduta quando necessário e estabelece consequências naturais para reforçar o comportamento ou habilidade a ser aprendida.
A ampliação do repertório comunicativo é a possibilidade de uma criança ou adolescente interagir, inserir-se em jogos, atividades acadêmicas e envolver-se em conteúdos escolares por intermédio da comunicação. Fazer o uso da comunicação em contextos interativos, no meio escolar, na clínica ou em socializações, depende de um conhecimento acerca das técnicas, de treinamento com o parceiro de comunicação e a utilização dessas informações, na prática, como aponta o artigo.
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