O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Além dessas características principais, muitas pessoas com autismo também apresentam alterações no processamento sensorial — ou seja, dificuldades para interpretar estímulos como sons, toques, luzes, cheiros ou movimentos. Inicialmente vistas como sintomas secundários, essas alterações passaram a ser reconhecidas como parte central do quadro clínico.
Estudos recentes indicam que os distúrbios sensoriais estão presentes em grande parte dos indivíduos com TEA. Por isso, o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) incluiu essas alterações como um dos critérios diagnósticos do autismo.
Para compreender melhor essas dificuldades, a Teoria da Integração Sensorial, proposta pela terapeuta ocupacional Jean Ayres, e aprofundada por estudiosos como Ana Luísa Felisberto de Amorim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, busca explicar como o sistema nervoso central organiza e responde aos estímulos sensoriais. Quando esse processamento falha, a criança com autismo pode reagir com desconforto, irritabilidade ou desorganização. Por outro lado, quando há uma boa integração sensorial, é possível perceber os estímulos do ambiente de maneira equilibrada, favorecendo respostas sociais mais ajustadas.
Uma das abordagens mais eficazes para auxiliar nesse desafio é o uso do cobertor ponderado. O cobertor ponderado para autistas é uma ferramenta terapêutica composta por pesos internos que geram uma pressão profunda e constante no corpo. De acordo com estudos como os de Temple Grandin (1992) e o projeto Próximo Degrau (2022), esse tipo de estímulo pode reduzir significativamente os níveis de ansiedade e promover a autorregulação emocional. Entre os benefícios observados estão a melhora do sono, aumento da concentração e redução de comportamentos de agitação.
Segundo a pesquisadora Amorim, a pressão exercida pelo cobertor estimula o sistema nervoso parassimpático, associado ao relaxamento, ajudando a criança a se sentir segura e tranquila. Essa estratégia sensorial é especialmente útil em momentos de estresse, mudanças de rotina ou transições escolares, comuns no dia a dia de crianças com autismo.
Na cidade de Curitiba, a Apae tem se destacado como referência no apoio ao autismo. A Apae Curitiba investe em práticas de integração sensorial e adota o uso do cobertor ponderado como parte de sua abordagem terapêutica individualizada. A instituição entende que cada criança com TEA possui um perfil único, e por isso, oferece atendimento multidisciplinar, respeitando o ritmo e as necessidades específicas de cada indivíduo.
Com uma equipe especializada em autismo, a Apae Curitiba promove o bem-estar físico, emocional e social de seus alunos. O objetivo é claro: ampliar o acesso a tecnologias assistivas, garantir qualidade de vida e promover a inclusão de forma efetiva. Estratégias como o uso do cobertor ponderado para autistas são mais do que alternativas terapêuticas, são ferramentas de acolhimento, respeito e desenvolvimento.
Além do uso do cobertor ponderado, a Apae Curitiba também investe em outras estratégias de integração sensorial no autismo, como salas sensoriais, brinquedos adaptados e atividades terapêuticas específicas. Essas ações visam não apenas reduzir o estresse e a sobrecarga sensorial, mas também estimular habilidades motoras, cognitivas e sociais. A instituição acredita que o ambiente tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança com TEA, por isso trabalha constantemente para torná-lo acessível, estimulante e seguro. Com esse conjunto de práticas, a Apae reafirma seu compromisso com o acolhimento, a inclusão e o fortalecimento das potencialidades de cada indivíduo.
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