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Saúde em Foco – Além dos Limites: a terapia ocupacional na Apae Curitiba

Profissionais da área relatam seus principais desafios ao trabalharem com crianças e jovens, além das inovações de tecnologia assistiva que podem ser ainda mais significativas no processo de estimulação da pessoa com deficiência intelectual.
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Eduarda Zeglin
Jornalista, Assistente de Comunicação, Marketing e Eventos
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Ana Carla Melo trabalha com crianças de zero a cinco anos na área de Terapia Ocupacional, promovendo o desenvolvimento dos pequenos - Foto: Arquivo Pessoal

A terapia ocupacional tem um papel fundamental  na vida dos alunos e assistidos da Apae Curitiba, essa  atividade proporciona uma melhor qualidade de vida, levando a estimulação precoce, além de promover a aquisição de habilidades motoras, cognitivas, sensoriais e sociais, que levam o desenvolvimento de cada indivíduo para assim favorecer a autonomia em suas atividades diárias. 

Na Apae Curitiba a terapia ocupacional é destinada às crianças, jovens e adultos. Na Escola de Estimulação e Desenvolvimento (CEDAE) a responsável por essa terapia é Ana Carla Melo Oliveira, a profissional atende as crianças de zero a cinco anos,  com diversos tipos de condições neurológicas, como atraso no desenvolvimento, TEA, síndromes genéticas, entre outras questões neurodivergentes, que se beneficiam de intervenções terapêuticas desde os primeiros meses de vida.

A profissional procura levar a integração social, comunicação e participação em atividades que envolvam brincadeiras e rotinas familiares, como por exemplo, ajudando uma criança com síndrome de Down a aprender a manipular brinquedos e interagir com seus irmãos mais velhos.

Um dos pontos relevantes na visão de Ana sobre os aspectos específicos que têm impactos positivos na autonomia da criança, é o apoio e manuseio de algumas ferramentas específicas. ‘’O apoio ao desenvolvimento motor e sensorial para promover a independência nas atividades diárias, um brincar com qualidade a adaptação do ambiente para facilitar a participação e o envolvimento da família no processo terapêutico’’, ressalta Oliveira. 

Os maiores desafios da Terapia Ocupacional no tratamento de crianças com deficiência intelectual na estimulação precoce incluem a identificação precoce das necessidades e potenciais de cada criança, a coordenação de cuidados entre profissionais de saúde, educadores e a família, e a garantia de acesso equitativo a serviços terapêuticos de qualidade para todas as famílias. 

Trabalhando a autonomia

Após atravessar todo o processo de adaptação na infância, a transição para a juventude também demanda acompanhamento. Nessa fase é crucial intensificar os processos relacionados à autonomia e independência. Isso envolve não apenas as atividades cotidianas, mas também busca um aprimoramento para uma melhor performance e, consequentemente, uma inclusão mais efetiva na sociedade, é o que enfatiza Suellen Ripka, terapeuta ocupacional que presta serviços para a Apae Curitiba e atua na Escola Luan Muller e nas Escolas Agrícola, Vivenda e CITA de Santa Felicidade.

Atividades direcionadas a esse público incluem tarefas que visam organizar a rotina. Ainda, podem empregar pistas visuais em atividades em que a pessoa sinta insegurança, proporcionando-lhe preparo e suporte. Ripka também conta que o terapeuta ocupacional pode realizar acompanhamentos terapêuticos em ambientes como mercados, shoppings, entre outros lugares públicos, para treinar na prática as atividades da vida diária como compras, manuseio de dinheiro e autonomia no uso de transporte público, entre outras.

O autocuidado na puberdade

Na fase da puberdade, um período marcado por transformações físicas e emocionais significativas, o autocuidado torna-se uma dimensão crucial para o desenvolvimento saudável dos adolescentes. Para aqueles com deficiência intelectual, essa jornada pode apresentar desafios únicos que exigem abordagens especializadas.

Amanda Aparecida de Moraes, terapeuta que presta serviços para a Apae Curitiba e também atua na Escola Luan Muller explica que o autocuidado deve ganhar destaque principalmente entre as meninas ‘’pois é durante esta transição que crescem os pêlos no corpo, passamos a utilizar desodorantes; as meninas iniciam seus ciclos menstruais; e se almeja que as atividades cotidianas sejam realizadas com melhor autonomia e independência’’, enfatiza.

Para que todo esse autocuidado seja desenvolvido de forma positiva alguns treinos e atividades são desempenhadas com o monitoramento da profissional. Um dos treinamentos é no processo da higiene pessoal. Amanda ressalta que o passo a passo no banho, desde escolher a roupa, pegar a toalha, sabonete, shampoo, escolher a roupa e se vestir, é possível motivar a higiene pessoal, além de criar autonomia. 

A Terapia Ocupacional tem como objeto de trabalho a ocupação humana e por isso, tem por objetivo estimular a pessoa a ter um melhor desempenho dentro de suas ocupações. Para tal, o terapeuta ocupacional pode realizar análise de atividade e verificar as dificuldades encontradas em cada etapa do processo para intervir e auxiliar a pessoa a ter melhores resultados, proporcionando um melhor desempenho ocupacional em diversos contextos, buscando sempre uma melhor qualidade de vida.

Inovações no campo terapêutico

Ana Carla reconhece que a estimulação precoce pode ser eficazmente conduzida por meio de tecnologias assistivas, incluindo aplicativos voltados para a estimulação sensorial e dispositivos adaptativos. Além disso, ela destaca abordagens terapêuticas respaldadas por evidências, que têm expandido as opções de intervenção e aprimorado os resultados para os pacientes. Essas ferramentas não apenas oferecem novas funcionalidades, mas também conferem uma abordagem mais envolvente e lúdica ao processo de estimulação, proporcionando aos pacientes uma experiência diferenciada durante esse período crucial de desenvolvimento.

Outros recursos também podem ser utilizados através da inteligência artificial que auxilia aqueles com mobilidade reduzida à realizarem atividades como: acender e apagar a luz, utilizar a televisão, outros eletroeletrônicos e eletrodomésticos; aa mesma forma, podemos citar os aplicativos para comunicação alternativa, onde pessoas que não conseguem verbalizar, podem solicitar o que querem dialogar através do aplicativo em seu tablet. Outro recurso é a Gameterapia que através de jogos eletrônicos facilitam a aprendizagem de atividades de vida diária ou de habilidades sociais por exemplo, é o que ressalta Amanda.

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A Apae de Curitiba precisa da sua ajuda. Hoje a instituição atende quase 474 estudantes em cinco escolas, oferecendo saúde e assistência social. São realizados, em média, 40 mil atendimentos terapêuticos por ano e 3,4 mil por mês. Por ser uma instituição sem fins lucrativos precisa de apoio da sociedade. O ambiente precisa de reformas e para isso, que tal doar para a Apae Curitiba e apoiar a causa da pessoa com deficiência intelectual ou múltipla? É muito fácil, clique  AQUI e saiba mais! 

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