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Mês de Conscientização sobre o Autismo traz a importância sobre valorizar as capacidades e respeitar os limites

A Apae Curitiba destaca a história inspiradora de Stephanie, uma jovem de 21 anos, que demonstra um talento excepcional para a dança.
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Eduarda Zeglin
Jornalista, Assistente de Comunicação, Marketing e Eventos
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No dia 2 de abril foi comemorado o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Este ano, o foco da campanha foi “Valorizar as Capacidades e Respeitar os Limites”. O tema trouxe a importância de refletirmos sobre a diversidade das experiências dentro da condição. Embora enfrentem desafios, muitos autistas possuem habilidades únicas e valiosas que podem ser cultivadas e aproveitadas em diversas áreas.

Na Apae Curitiba, a conscientização e o incentivo às habilidades para os autistas tem sido uma tarefa diária, os professores e toda a equipe multidisciplinar tem se empenhado para manter o pleno desenvolvimento dos alunos. Esse é o caso da Stephanie, a jovem de 21 anos tem sido um dos destaques da Fanfarra, mostrando que a dança é um dos seus maiores talentos. 

Desde a infância, Stephanie nutre a paixão pela dança. Sempre impulsionada e encorajada pela sua família demonstrava um talento natural, que a levou a explorar tanto o balé clássico quanto o contemporâneo. Em 2019, ela entrou para a Fanfarra da Apae Curitiba, e hoje participa da baliza, categoria que fica na linha de frente, desempenhando o papel principal de interpretar e dar vida a peça musical.

Stephanie demonstra uma dedicação incansável, comprometendo-se diariamente com seus treinos e exibindo seriedade durante os ensaios. Seu pai, Paulo Ricardo Schier, destaca que, além de contar com o suporte da Apae, Stephanie também tem o talento de criar suas próprias coreografias, revelando-se autodidata e apaixonada pelo que faz.

‘’Ela ficou apaixonada, fissurada, o que é típico do autismo, de ficar de manhã, de tarde e de noite ensaiando e pedindo pra comprar maça, fita e a gente foi incentivando, então hoje ela tem uma dedicação bastante forte, uma paixão, eu diria assim que é uma das principais motivações da vida dela pra fins de desenvolvimento’’, disse Schier.

Paulo se sente grato por todo trabalho desenvolvido com sua filha e reconhece a Apae como mais uma ferramenta essencial para incentivar o seu crescimento. ''A atenção que a Apae consegue dar pra todas as crianças, para os adolescentes têm proporcionado aqui um avanço muito grande e um desenvolvimento que potencializa, na verdade, tudo que aquilo as vezes que nós pais que não somos conhecedores das técnicas pra aplicar pra uma criança PcD a gente não teria a condições de fazer os estímulos adequada''.

Stephanie tem tido a oportunidade de viajar com a Fanfarra para competir em diversos campeonatos, ganhando troféus e medalhas, e sente um profundo orgulho em fazer parte do movimento Apaeano.

‘’Eu tenho muito orgulho de ser Apae Curitiba. Eu sou a baliza, a Vitória também é baliza, a Célia é a maestrina que sempre ajuda a gente, a banda sempre toca muito bem, eles arrasam é incrível ser um APAExonado,’’ ressaltou

Célia Mozer, regente da Fanfarra conta que ela já veio preparada para fazer parte da baliza, com movimentos bastante alongados de uma bailarina. A incorporação da dança ao seu repertório só serviu para fortalecer ainda mais o seu desempenho dentro do grupo.

‘’Tem ajudado a manter esse conhecimento que ela já tem e tendo como base esse conhecimento ela consegue criar outras coisas, então assiste também muitos vídeos que a gente passa de outras balizas de outras corporações, ela inclusive já participou de oficinas de baliza e foi um ganho muito grande que ela teve vivenciando essas oficinas, então ela traz isso pra vida, ela pode usar em outro contexto, com a família, em outros grupos sociais’’, disse Mozer.

A evolução de Stephanie dentro da baliza tem sido essencial para seu crescimento pessoal e artístico. Ela tem a capacidade de trazer novos elementos e ideias para enriquecer o repertório coreográfico, utilizando habilmente os principais instrumentos da baliza, como maças, bolas, fitas e arcos. 

Valéria Cristina, pedagoga e vice-diretora da Escola Agrícola, onde Stephanie estuda, tem ressaltado as capacidades da jovem através da arte. ‘’Ela é uma menina muito esforçada, sonhadora, então tudo que ela realiza e que a gente enfatiza que ela está fazendo bacana, ela procura fazer melhor, e sim, ela tem habilidades pra dançar, nas artes cênicas e aí a gente sempre coloca ela pra realizar cada vez melhor, e assim, ela ir melhorando a cada dia’’.

Além da participação na fanfarra, a escola procura promover o desenvolvimento dos alunos por meio de outras atividades, como a informática. Nesse ambiente, eles têm a oportunidade de se identificar e explorar novas possibilidades através da tecnologia. 

É importante ressaltar que as atividades são planejadas com base em avaliações conduzidas pelos professores, garantindo um suporte personalizado para o desenvolvimento de novas habilidades, alinhado aos interesses individuais de cada aluno.

‘’A gente sempre incentiva, chama os pais para estarem participando dos momentos que a gente realiza aqui na escola, pedindo pra que eles venham pra que eles valorizem o trabalho dos seus filhos e tenta trazer eles para participar de tudo que acontece na escola’’, complementou a vice-diretora. 

A escola como papel fundamental no incentivo das habilidade

Manter o olhar atento para o que a criança tem mais vontade durante a infância é essencial, e quando os pais percebem e investem nessas atividades, isso pode trazer inúmeros benefícios como a propensão ao convívio social e até mesmo a elevação da autoestima é o que explica a Dra. Adriana Menezes.

A psiquiatra ressalta que além do incentivo dentro de casa, a escola também desempenha um papel fundamental ao oferecer atividades culturais adicionais, introduzindo aos autistas diferentes áreas de interesse que possam despertar sua curiosidade.

‘’Oferecendo uma diversidades das atividades culturais, que fogem do currículo previsto então aulas de contraturno, de repente chamar profissionais externos pra oferecer experiências na área da música, da dança, dos jogos eletrônicos,do desenho…tudo isso possibilita com que eles experimentem e a gente entenda qual que é a área de interesse de cada um”. 

Sem dúvida o reconhecimento é um dos passos fundamentais para a verdadeira inclusão. Embora as dificuldades enfrentadas por pessoas com o espectro sejam frequentemente discutidas, é importante abordar a condição sob uma nova perspectiva. Devemos acolher e motivar essas pessoas a se desenvolverem.

A valorização das habilidades individuais dos autistas e o respeito aos seus limites são fundamentais para promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora. A Apae desempenha um papel crucial nesse processo, ao proporcionar um ambiente onde esses princípios são colocados em prática diariamente. Através de iniciativas como a fanfarra e outras atividades complementares, a Apae não apenas estimula o desenvolvimento das habilidades dos alunos, mas também promove a aceitação e a valorização da diversidade. Ao reconhecer e apoiar os talentos únicos de cada indivíduo, a Apae contribui para a construção de um mundo onde todos têm a oportunidade de brilhar e alcançar seu pleno potencial.

Para saber tudo sobre Deficiência Intelectual, Síndromes e Transtornos, siga a Apae Curitiba no Facebook e Instagram.

A Escola Agrícola Henriette Morineau

A Escola Agrícola Henriette Morineau está localizada na Rua Orlando Peruci, 1472, Butiatuvinha – Santa Felicidade -, em Curitiba. Proporciona aos estudantes, serviço social e atendimentos de neurologia, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e terapia ocupacional.

Assim como toda Apae, atende pessoas com deficiência intelectual ou múltipla. Seu público alvo envolve adolescentes e adultos a partir de 17 anos, com deficiência intelectual moderada e leve. Busca desenvolver a educação de jovens e adultos e profissionalização em cursos, a partir do limite da deficiência. 

Conheça a escola clicando AQUI

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