Enfrentar a transição para a vida adulta é uma jornada repleta de obstáculos para todos, mas para aqueles que convivem com deficiência intelectual, esses desafios adquirem uma complexidade ainda maior. A passagem para a idade adulta envolve uma série de mudanças e adaptações que demandam uma compreensão aprofundada das necessidades individuais. Nesse contexto, as particularidades das necessidades específicas das pessoas com deficiência intelectual demandam um certo cuidado, destacando a importância de abordagens personalizadas e de apoio sólido ao longo desse processo de transição.
Com base nas considerações da psicóloga Jordana Lourenço, que atua na Apae Curitiba, e fazendo uso da definição fornecida pela American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD), a Deficiência Intelectual é caracterizada por limitações no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo. Essas limitações se manifestam nas habilidades adaptativas conceituais, sociais e práticas. A deficiência intelectual (DI) varia, abrangendo níveis profundos, graves, moderados e leves, o que pode determinar a necessidade de adaptações e suportes contínuos ao longo da vida. Superar esses desafios requer uma abordagem colaborativa, envolvendo não apenas as famílias, mas também educadores, profissionais de saúde e instituições sociais.
Quando se trata de colocar essas questões em prática, é necessário oferecer treinamentos que aumentem sua participação em tarefas e escolhas pessoais. ‘’Essa parte é fundamental para que alcancem seu potencial máximo e tenham uma vida mais auto suficiente e gratificante. Não podendo esquecer de trabalhar o desenvolvimento das habilidades sociais, comunicação eficaz e compreensão das dinâmicas sociais. Isso pode incluir aulas sobre como iniciar e manter conversas, interpretar sinais não verbais e resolver conflitos’’, ressalta a profissional.
Dentre tantos aspectos que devem ser abordados e trabalhados não só nesse processo de transição para a vida adulta, mas em todas as fases da PCD é a independência e autonomia. Jordana aponta que é altamente recomendável iniciar o planejamento dessa etapa desde cedo, incorporando metas, interesses e necessidades relacionadas à saúde, educação, habitação e possíveis oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
Vale ressaltar que a Apae Curitiba é uma instituição que visa o desenvolvimento das pessoas com deficiência intelectual, além de oferecer apoio nas mais diversas áreas da vida, como na educação, saúde e assistência social. Quando se fala de empregabilidade, a organização também mantém programas que ajudam nesse processo, como o Emprega Apae.
Lourenço também destaca outras instituições que ofertam esses recursos como a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e o Instituto Paranaense de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. É possível sempre se manter informado pelas agências locais de emprego e centros comunitários para obter informações específicas sobre os recursos disponíveis.