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Reunião sobre inserção no mercado de trabalho reúne pais e alunos nas escolas Luan Muller e Santa Felicidade

Um curso vai capacitar os jovens a se inserirem no mundo corporativo com mais confiança e preparo.
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Kamile Soares
Estagiária de Jornalismo
Publicado em

Em uma palestra inspiradora, Andréia Calabria, diretora-executiva e fundadora do Attitude Inclusão, Mariana Gulin, conselheira da Apae Curitiba, e Maryan Putrique ex-aluna e palestrante, apresentaram o projeto de empregabilidade da Apae Curitiba, para as escolas Luan Muller e Santa Felicidade.

A iniciativa busca capacitar jovens por meio de um curso com aulas práticas, teatro, visitas a empresas e palestras com profissionais, proporcionando orientações sobre inserção no mercado de trabalho, vestimenta adequada e, principalmente, demonstrando que a conquista de um emprego é possível, independentemente de possíveis limitações.  

Nesse projeto, a Apae fará junto ao Attitude Inclusão, uma integração pedagógica, buscando despertar nos estudantes o desejo de ingressar no mercado de trabalho futuramente. Para a diretora Margareth Terra, o principal objetivo da ação é revelar o potencial de cada um. “Um laudo não limita, ele não mostra que a pessoa não é capaz. Pelo contrário, todos são capazes”, destaca. 

Segundo a voluntária Andréia Calabria, o curso tem uma metodologia de fácil aprendizado e começará com uma aula por mês, para introduzir o tema aos alunos. Para o ano que vem, a expectativa é que o curso seja mais intensivo e se encaixe na grade curricular, com a duração de dois anos. 

Mariana Gulin é responsável pela parte de desenvolvimento comportamental, a base do projeto. Durante as aulas ela irá trabalhar como os alunos deverão se portar dentro de uma empresa. Quando esses jovens compreendem as dinâmicas do ambiente corporativo, como postura profissional, comunicação adequada, pontualidade, respeito às hierarquias e trabalho em equipe, eles se sentem mais preparados e seguros para enfrentar os desafios do mundo profissional. 

Essa preparação não apenas aumenta as chances de empregabilidade, como também fortalece a autonomia e a autoestima dos alunos, que passam a enxergar a si como protagonistas da própria trajetória. Um exemplo de sucesso é a história da Maryan Putrique, ela tem síndrome de Down e participou da preparação pelo Attitude Inclusão, atualmente trabalha na parte administrativa da empresa, além de dar palestras e treinamentos. Ela será professora auxiliar do curso de empregabilidade da Apae Curitiba. 

Durante as palestras, a jovem docente por formação, destacou que seu comportamento mudou quando participou do curso. “Participei do teatro, aprendi a como me vestir, o comportamento, fiz novas amizades com pessoas com síndrome de Down e foi muito legal, gostei muito.” disse.

A realização dessas palestras e a apresentação do projeto de empregabilidade da Apae Curitiba, representam muito mais do que uma simples atividade escolar. Elas marcam o início de uma transformação na forma como os jovens com deficiência são preparados para o futuro. Ao proporcionar conhecimento prático sobre o ambiente profissional, o projeto não apenas abre portas, mas também ajuda a derrubar preconceitos e estigmas que ainda cercam a inclusão no mercado de trabalho. A presença de profissionais comprometidos e de uma ex-aluna como professora auxiliar fortalece ainda mais a ideia de que o sucesso é possível e acessível a todos. 

Outro ponto fundamental da ação é o estímulo à autoconfiança. Muitos alunos, ao se depararem com barreiras sociais ou diagnósticos, acabam desacreditando do próprio potencial. Ao mostrar que há caminhos reais para a inserção profissional e que existem empresas dispostas a acolher e valorizar a diversidade, o projeto planta sementes de esperança e empoderamento. As aulas focadas no aprendizado prático, permitem que os estudantes vivenciem o que antes parecia distante, tornando o sonho de trabalhar uma realidade mais próxima.

Maryan disse aos alunos que agora tem independência para comprar coisas com seu próprio dinheiro. A independência financeira também é fundamental para o desenvolvimento da autonomia e da autoestima, especialmente entre os jovens. Para pessoas com deficiência, alcançar essa independência também representa uma importante quebra de barreiras sociais.

Nesse contexto, a trajetória de Gortiana Vilalba, acolhida pela Apae Curitiba, é um exemplo inspirador. Há uma década, ela dedica-se com compromisso e carinho à cozinha da unidade de Santa Felicidade. Seu trabalho garante uma refeição de qualidade e reforça os valores de inclusão e cuidado que a instituição promove. Ao longo dos anos, sua atuação tornou-se um símbolo de dedicação, transformando a rotina alimentar em um verdadeiro gesto de acolhimento. “O trabalho é importante para me sentir independente financeiramente e poder comprar minhas próprias roupas”, relatou em conversa com Calabria.

A iniciativa promove uma mudança cultural dentro e fora da escola. Ao envolver educadores, voluntários, empresas e os pais, ela ajuda a criar uma rede de apoio que ultrapassa os muros da instituição. Esse tipo de ação é essencial para que a inclusão deixe de ser apenas um discurso e se torne parte efetiva das políticas educacionais e corporativas. O projeto, portanto, não apenas beneficia diretamente os alunos, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa, empática e igualitária.

É importante destacar o papel da escola como agente de transformação. Ao abrir espaço para projetos como esse, a Apae Curitiba demonstra um compromisso com a formação integral dos seus estudantes. Mais do que ensinar conteúdos, a escola passa a oferecer oportunidades de vida, mostrando que todos têm o direito de sonhar e de realizar. 

Para saber tudo sobre Deficiência Intelectual, Síndromes e Transtornos, siga a Apae Curitiba no Facebook e Instagram.  

Seja um Dindo ou uma Dinda e ajude a Apae

O projeto trata-se de uma ação de apadrinhamento onde a cada mês poderá ser doado uma determinada quantia para a instituição. O valor vai ajudar a Apae a manter seu funcionamento e utilizá-lo nas reformas nas escolas. Podem participar da campanha qualquer pessoa interessada que entrar em contato através do e-mail [email protected]. Seja um dindo ou uma dinda clicando AQUI.   

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