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Não é novidade que os videogames ou jogos digitais fazem o maior sucesso para os jovens. Porém, aquilo que antes era apenas diversão, agora serve para mais uma função: a terapêutica.
A gameterapia é uma técnica recente que utiliza a realidade virtual e a interatividade de jogos para proporcionar o tratamento de transtornos, síndromes, sintomas dolorosos e a redução do uso de medicamentos. Essa atividade visa abordar desde transtornos emocionais, como depressão ou fobias, transtornos de desenvolvimento, até problemas relacionados a questões ósseas e articulares. Em cada cenário, são utilizados jogos específicos. Embora não seja um substituto para outras formas de tratamento, essa técnica é amplamente aceita tanto por profissionais da saúde quanto pelos próprios pacientes.
Através dessa estratégia, são realizados variados tipos de atividades, cada uma com metas distintas, reproduzindo movimentos autênticos de forma divertida e produtiva. Essa metodologia também é conhecida como reabilitação virtual, onde o paciente é colocado diante de sensores de movimento que captam suas ações e as reproduzem na tela, favorecendo a participação ativa do “jogador” na terapia.
O transtorno do espectro autista (TEA) engloba diversas condições que se manifestam com diferentes níveis de impacto no comportamento social, na comunicação e na linguagem. Além disso, apresenta uma variedade limitada de interesses e atividades específicas para cada indivíduo, sendo executadas de maneira repetitiva.
O uso de jogos eletrônicos em intervenções com crianças com TEA está começando a se popularizar, visto que a pessoa pertencente ao espectro tem uma forte preferência por tarefas que englobam habilidades visuo espaciais, como atividades em telas. Portanto, apresentam bastante interesse em canais e aparelhos eletrônicos.
Ainda, os jogos possuem componentes que agradam indivíduos com TEA, como: regras previsíveis, informações estruturadas e objetivas e não apresentam expectativas socioemocionais complexas.
O artigo “Tecnologias Aplicadas em Educação e Saúde” de 2021, publicado por Ana Corrêa, Bruno Rodrigues, Cibelle Amato e Valéria Martins, alega que os programas de computadores utilizados em pessoas com TEA possuem itens focados em funções cognitivas específicas apoiando interações sociais, desenvolvimento emocional, linguagem, educação, entre outros.
Assim, o artigo revela que o benefício da intervenção de jogos no tratamento de pessoas com TEA não se limita apenas a uma evolução nos componentes de inteligência do indivíduo, mas também a um progresso nas habilidades sociais e adaptabilidade de grupo. Os jovens desenvolvem interação social e atenção, além de aprenderem a identificar e associar expressões faciais e sentimentos.
A obra conta que essas tecnologias assistivas (TA) são ferramentas essenciais para os indivíduos com TEA, pois eles manifestam desenvolvimento atípico no âmbito cognitivo, emocional, social, comunicativo, aprendizagem, concentração e coordenação motora. Logo, o desenvolvimento de TAs contribui para melhorar as condições de vida dessas pessoas.
O artigo também selecionou alguns jogos que ajudam no desenvolvimento de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista. Confira:
Esse é um jogo móvel para crianças com TEA. A jogabilidade consiste em realizar o reconhecimento de emoções por meio de charadas, promovendo o desenvolvimento emocional do pequeno.
O jogo foi desenvolvido para pessoas com o espectro, da faixa etária de 6 a 14 anos, objetivando desenvolver as habilidades de interação social e atenção desses jovens. Em um ambiente lúdico de espaço sideral, com naves espaciais, os jogadores exploram o mapa do jogo e eliminam possíveis ameaças.
O jogo é apoiado no público escolar infantil pertencente ao espectro. A meta é ensinar, de maneira lúdica, a criança a tomar banho de modo independente, já que os pequenos com TEA possuem dificuldades para realizar tarefas diárias sozinhos.
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