Perceber as atitudes, hábitos e condutas é muito importante para evitar o preconceito. “Esse tipo de situação já virou dito popular. Algumas dessas frases, dependendo do contexto, ficam, realmente, pejorativas”, disse o psicólogo da Apae Curitiba, Joubert Ramalho, ao Apaecast desta terça-feira (23). “Quanto mais você traz informação ao público, de modo geral, menores são as chances dessas reincidências ocorrerem.”
“A falta de conhecimento reforça que a pessoa é incapaz ou que ela é uma coitada”, conta o professor de arte da Escola Integração e Treinamento do Adulto (CITA), Everton Gonçalves, ao tratar sobre o capacitismo no ensino regular. Segundo ele, muitas vezes, o professor do ensino regular que se depara com o estudante com deficiência tem essa visão.
Para evitar que o preconceito aconteça no ambiente escolar, o professor precisa trazer o estudante para perto, não o excluindo mais do que ele já é na sociedade. Everton conta que a educação é um direito tanto para a pessoa sem deficiência, quanto para a pessoa com deficiência. Entretanto, em alguns momentos não haverá a aceitação da PcD, através da visão da incapacidade de seguir as limitações escolares e aprender os conteúdos. “Ela tem seus limites, mas não deixará de aprender”, explica.
Acabar com as barreiras do capacitismo aumentam as igualdades na sociedade. Para Everton, a visão capacitista tem que ser quebrada de alguma forma, de modo que a pessoa com deficiência tenha o seu lugar na sociedade. Com isso, existem duas maneiras citadas por Joubert Ramalho: a orientação e os processos jurídicos. Conforme o psicólogo, a melhor medida é a orientação.
“Há duas possíveis maneiras: uma delas é a orientação e a explicação, pois muitas vezes a pessoa não percebe que isso acontece. Dependendo do contexto da para ir para um processo mais jurídico de, realmente, entrar com uma queixa sobre discriminação. Mas a melhor medida é a questão de orientação, trabalhando o processo de empatia e entendendo o outro lado”, conta.