A ecolalia é uma característica que pode ser apresentada e observada entre crianças durante a fase inicial de descobertas de palavras e conceitos básicos. Este fenômeno envolve a repetição de palavras, com a emissão de sons da fala sem necessariamente compreender o significado por trás delas.
A ecolalia percorre três estágios distintos: imediato, tardio e mitigado. Na ecolalia imediata, as crianças repetem palavras logo após ouvi-las, enquanto a ecolalia tardia envolve repetições em um momento posterior, muitas vezes fora de contexto. A ecolalia mitigada caracteriza-se por modificações nas repetições, seja imediata ou tardia, com o intuito de se comunicar.
No contexto do Espectro Autista (TEA), pesquisadores destacam que crianças com TEA podem apresentar variações na ecolalia, incluindo modificações e misturas de palavras. À medida que essas crianças desenvolvem uma compreensão mais profunda da linguagem, é observado um progresso no uso de frases mais curtas ou apenas algumas palavras para expressar suas ideias.
Embora a dificuldade de comunicação seja comum em crianças com TEA, é crucial entender se a ecolalia interfere no desenvolvimento da comunicação, na reciprocidade e no contato social. O diagnóstico é geralmente realizado por profissionais que observam os padrões comportamentais e a repetição da fala.
Um estudo mencionado pelo portal “autismorealidade” revelou que o uso da ecolalia tardia pode ser uma ferramenta eficaz para interações sociais. Durante a pesquisa, observou-se que as crianças utilizavam a ecolalia para iniciar interações e chamar a atenção de seus cuidadores. Apesar de comumente associamos a ecolalia a algo negativo, prejudicial à comunicação, é essencial considerar o contexto em que está sendo empregada. Repetições sem propósito claro podem prejudicar a comunicação, mas quando utilizada estrategicamente, pode ser valiosa, especialmente devido às dificuldades de interação enfrentadas por pessoas com autismo.
Portanto, é fundamental que a pessoa receba acompanhamento de um profissional qualificado, como o fonoaudiólogo, para avaliar e direcionar as necessidades específicas de cada caso. A intervenção precoce desempenha um papel crucial na evolução das pessoas com Transtorno do Espectro Autista, e a avaliação e intervenção devem ser personalizadas, considerando as dificuldades individuais.
A abordagem de intervenção é personalizada, focando na individualidade da criança autista. Exercícios específicos são empregados para desenvolver a comunicação, buscando alcançar autonomia e independência na expressão verbal.