A Escola de Educação de Estimulação e Desenvolvimento (CEDAE) da Apae Curitiba é uma das cinco escolas da instituição. Tem como missão, proporcionar a independência, autonomia e autorrealização, através do acompanhamento do ensino-aprendizagem. Neste caso, oferece ensino na Educação infantil para crianças com deficiência intelectual ou múltipla, desde o seu nascimento até cinco anos e onze meses.
“Recebemos bebês, às vezes com 15 dias, um mês de vida. Trabalhamos junto à família, na estimulação, para que a criança tenha independência, desde o início”, diz Margareth Terra, diretora da escola.
O CEDAE também oferece atendimento na área terapêutica, com serviço social, neurologia, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, terapia ocupacional e musicoterapia. Entre os profissionais estão a coordenação pedagógica, professores regentes, estimuladores, pedagogos e professores em áreas específicas – educação física, natação, circuito psicomotor, arte, informática e literatura.
Conforme a diretora, ao ingressar na escola, a criança passa por uma avaliação realizada pela equipe multidisciplinar, onde é conhecida a origem e a estrutura familiar. O acompanhamento inicial é feito pela pedagoga e a terapeuta, e novas avaliações são realizadas para a determinação de planos de atendimentos individualizados. Desta forma, é possível descobrir quais são as necessidades de cada criança, como a fala e locomoção.
No tratamento, os profissionais passam orientação às famílias, para que o processo de aprendizagem aconteça com frequência e de diversas formas. “A família é nossa parceira aqui dentro, pois vai passar as outras 20 horas do dia com a criança e dar continuidade ao nosso trabalho”, explica.
A diretora dá um exemplo muito comum quando “um casal recebe o diagnóstico do filho, as vezes a família acha que vai ser diferente, depois de ter outros filhos, que a criança não vai desenvolver da mesma forma, não vai poder se alimentar igual os outros, mas é aí que entra o nosso trabalho de orientação”, relata.
Para superar este viés de pensamento, Margareth acredita ser necessário uma aceitação maior da sociedade pois a escola é aberta. “Se a criança não tiver alteração fisiológica, a vida segue normal. Há um tempo diferente de aprender, claro, pois ela tem deficiência intelectual e, por meio de um laudo neurológico, iremos estimular a criança em todas as áreas, seja na parte motora ou cognitiva”, explica.