A coordenadora de Assistência Social da Apae Brasil, Ivone Maggioni Fiore, afirma que, mais do que garantir a sobrevivência, o BPC propicia a autonomia e a independência das pessoas com deficiência, bem como a convivência comunitária. Além disso, fornece às famílias condições de cuidar melhor daqueles que mais precisam. Para dar apoio às pessoas com deficiência, familiares param de trabalhar. Com isso, o BPC contribui tanto para atender às necessidades domésticas quanto das pessoas com deficiência.
“O BPC traz toda uma reestruturação da família, da independência e da autonomia das pessoas com deficiência e, em especial, possibilita uma vida digna. Não é muito, mas ele transforma, sim, vidas e, sobretudo, diminui os casos de abandono e negligências das pessoas com deficiência”, destaca Ivone, especialista em serviço social e política social e membro do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).
A coordenadora conta que desde 1993, quando o BPC foi implementado no país, a Apae Brasil tem atuado de forma ativa e efetiva, nos mais diferentes setores e segmentos, por melhorias no benefício. Uma delas é a ampliação do critério de renda, passando de 1/4 para 1/2 do salário mínimo. Outro ponto é em relação ao atendimento pelo INSS para requerimento e atualização. Atualmente, o órgão tem dado preferência aos meios virtuais.
“O público do BPC tem muita dificuldade para o acesso digital. Muitas vezes, isso ocorre devido às múltiplas vulnerabilidades que vivenciam. Inclusive, essas dificuldades estão sendo relatadas pelos usuários e profissionais, tanto da Rede Apae quanto da rede pública de assistência social”, sublinha. “É certo que as nossas leis e políticas públicas trouxeram importantes avanços para o Brasil, mas sabemos que ainda há muito a ser feito. Tenho certeza de que nós, da Apae Brasil, alcançaremos novas conquistas em relação ao BPC, para que as pessoas com deficiência e suas famílias possam viver em um país com mais inclusão e justiça social”, finaliza.
Texto: Felipe Menezes – Apae Brasil