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O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que engloba padrões de interesses restritos, comportamentos repetitivos e dificuldades de interação social e comunicação. Isso acontece pela presença de alterações cognitivas em partes do cérebro. Para que a pessoa possa se desenvolver nos aspectos intelectuais e sociais, é necessário realizar atividades que ajudem nesse processo, como as brincadeiras.
Joubert Dennys Ramalho, psicólogo da Apae Curitiba, conta que “as brincadeiras conseguem quebrar barreiras no aspecto de interações com o próximo.” Para que as dificuldades de gerar vínculos entre os autistas não seja um problema, aprimorar e estabelecer essas interações gradativamente e com paciência é essencial. Pode ocorrer através da valorização dos detalhes como pequenos gestos, olhares ou atenção na atividade proposta.
O psicólogo conta que existem jogos a serem trabalhados, como os tabuleiros, de imagem, musicalidade, atividades sensoriais com objetos, texturas e olfativas. Os blocos e legos também são bem aceitos, além de ajudar na memória, transcrevem de forma sutil a organização de pensamento e visão de mundo.
Independente da brincadeira, fazer a criança entender o ‘não’ e estabelecer regras que imponham limites necessários, mesmo que em alguns momentos seja preciso haver liberdade para a construção de narrativas que dialoguem com o seu universo, são funções dos pais.
“No futuro a criança ou adulto terá uma aceitação mais adequada das frustrações e negativas que podem ocorrer na sua vida, desenvolvendo uma inteligência emocional condizente às situações”, relata Joubert.
Muitos pais duvidam se estão aplicando corretamente as brincadeiras aos filhos. Para terem uma percepção mais clara sobre isso, o especialista afirma que um feedback é necessário para entender o desejo da criança naquele momento e como está desenvolvendo o lado cognitivo. Mesmo não verbalizando, demonstrará mecanismos de interação próprios, onde o profissional deve aguçar seu entendimento para captar os retornos, sendo desde questões corporais, olhares, ou a devida verbalização, em alguns casos.
O lego é um dos brinquedos que mais resistiram ao tempo e que se adaptou às mudanças de interesse das crianças. Os famosos blocos de montar estimulam uma quase infinita gama de possibilidades e ajudam positivamente no processo de desenvolvimento dos autistas.
A terapia surgiu dos estudos do neuropsicólogo Dan Legoff, que percebeu que seria possível utilizar do brinquedo e aprimorar a interação da pessoa com autismo. Legoff percebeu em suas pesquisas que as crianças autistas tinham muita ansiedade e dificuldade de socialização. Por gostarem de trabalhar com atividades metódicas e construtivas, o brinquedo facilitou o interesse dos envolvidos.
O método tem como proposta o trabalho em grupo, dando funções que dependem da interação para execução da montagem. O psicólogo ainda conta sobre os benefícios da terapia. “Estimulando a interação e auxiliando indiretamente a resolução de problemas, tal proposta acaba desenvolvendo a característica de pertencimento, que se faz fundamental na construção de identidades pessoais e sociais, sem tirar aspectos de diversão do contexto terapêutico.”
A atividade foi um sucesso sendo adotada como método terapêutico em escolas para crianças autistas nos Estados Unidos. É algo que pode ser oferecido em casa às crianças e possibilitar horas divertidas.
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