A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Curitiba tem enfrentado um aumento significativo na procura por atendimentos especializados para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, a instituição conta com uma fila de espera de mais de 200 pessoas, refletindo um cenário preocupante para as famílias que buscam suporte e terapias adequadas para seus entes queridos.
Este aumento na demanda segue a tendência nacional, conforme recentes relatórios que apontam um crescimento expressivo nos custos de tratamentos para TEA e outros Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) no setor de saúde. Conforme apontado pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), os gastos com tais terapias começam a alcançar os patamares da oncologia, historicamente uma das áreas mais onerosas em termos de tratamentos médicos.
Na Apae Curitiba, o atendimento ainda é oferecido de forma gratuita, embora o repasse de recursos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) seja insuficiente para cobrir todos os procedimentos necessários. Isso coloca em relevo a importância da ajuda da comunidade, que se torna inevitável para manter e expandir os serviços oferecidos pela instituição.
Segundo Laura Tilly, Coordenadora Terapêutica da Apae Curitiba, a participação das entidades privadas pode afetar positivamente os serviços de saúde prestados pela instituição. “Por exemplo, a contribuição financeira pode auxiliar na contratação de ainda mais profissionais, reduzindo a fila de espera de atendimentos essenciais na primeira infância para a redução de prejuízos nas demais fases do desenvolvimento”, contou. Segundo Tilly, a compreensão de que o diagnóstico de transtornos do neurodesenvolvimento tem aumentado, intensifica a preocupação para que essas pessoas possam receber o atendimento adequado o quanto antes.
“Hoje, para o serviço de estimulação precoce na cidade de Curitiba, uma criança pode ficar até 2 anos na fila de espera, período esse que é crucial para o desenvolvimento de habilidades e para o processo de habilitação e reabilitação das funções”, falou.
A coordenadora também falou das ações voluntárias. “Além de apoio financeiro, estamos planejando ações em que voluntários podem auxiliar-nos na produção de materiais que serão utilizados durante os atendimentos e na incansável missão de levar informação para as famílias e comunidade em geral sobre o autismo e demais condições que afetam o desenvolvimento e a funcionalidade das pessoas”, comentou. A declaração de Laura ressalta a necessidade urgente de apoio financeiro e voluntário para garantir que a instituição continue a oferecer serviços de qualidade.
A Apae Curitiba tem sido um farol de esperança para muitas famílias, oferecendo uma gama de serviços, incluindo diagnóstico, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, entre outros. Com o aumento da demanda, a instituição busca ampliar sua capacidade, mas enfrenta desafios financeiros significativos.
A comunidade pode contribuir de diversas formas, desde doações financeiras até voluntariado. Cada contribuição tem um impacto profundo na vida das pessoas atendidas pela Apae e suas famílias. Para mais informações sobre como ajudar, visite o site da Apae Curitiba ou entre em contato diretamente com a instituição.
A situação na Apae Curitiba é um reflexo de um desafio maior enfrentado pelo sistema de saúde brasileiro no atendimento a pessoas com TEA e TGD. Enquanto políticas e financiamentos mais amplos não são implementados, a solidariedade da comunidade permanece como um suporte vital para muitas famílias.
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