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É possível ter traços de TEA sem ser autista?

Entenda a condição chamada de Fenótipo Ampliado do Autismo (FAA) e por que ela tende a ser mais prevalente entre pais, irmãos e outros familiares de indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
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Lorena Motter Kikuti
Estagiária de Jornalismo
Publicado em

Você está familiarizado com o conceito de Fenótipo Ampliado do Autismo (FAA), também conhecido como Espectro Expandido? Essa condição é observada em indivíduos que exibem traços de autismo, porém não preenchem todos os critérios para o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). 

As características desse fenótipo incluem: rigidez de pensamento, dificuldades na comunicação pragmática, desafios na expressão verbal, comportamentos estereotipados, deficiências nas habilidades sociais e dificuldades no reconhecimento emocional.

De acordo com o artigo intitulado “O Fenótipo Ampliado do Autismo em genitores de crianças com Transtorno do Espectro Autista – TEA”, publicado no portal científico Scielo, essas características são mais comuns em pais, irmãos e outros membros da família de pessoas diagnosticadas com autismo. Trata-se de manifestações mais brandas dos traços do TEA em pessoas não afetadas, abrangendo aspectos de personalidade, linguagem e comportamentos que refletem a expressão fenotípica de uma predisposição genética para o desenvolvimento do autismo.

Assim, o estudo revela que esses familiares, embora não alcancem os critérios para um diagnóstico clínico do transtorno, exibem traços de personalidade e sintomas subclínicos que variam de um grau leve a moderado da condição. 

Pesquisas sobre histórico familiar e observações de parentes têm relatado características como rigidez, falta de interesse por novidades e atividades, perfeccionismo ou tendências detalhistas, além de sinais de isolamento social. Esses traços frequentemente se assemelham aos desafios sociais, comportamentos ritualísticos e ansiedade observados em crianças com autismo, sugerindo que esses familiares podem apresentar fenótipos intermediários do TEA. Na verdade, de acordo com a obra citada, hereditariedade do TEA é estimada em mais de 80%.

Conforme avaliado pelo Autism Spectrum Quotient, os pais de crianças com TEA demonstraram maiores desafios comunicativos em comparação com o grupo de controle, no qual participaram 571 pais e 1429 mães de crianças com TEA, comparados a 349 pais e 658 mães de crianças com desenvolvimento típico. Este estudo também identificou atrasos na linguagem, dificuldades no uso pragmático da linguagem e desafios em testes de fluência verbal e leitura nos pais de indivíduos com autismo, sugerindo uma possível influência genética nas dificuldades linguísticas. 

Além disso, a suscetibilidade genética pode explicar as diferenças observadas na interação social recíproca, na qual formas mais leves de comprometimento também podem afetar pais e, em alguns casos, outros familiares de pessoas com TEA. Recentemente, pesquisadores propuseram que a alexitimia – caracterizada pela dificuldade em reconhecer, descrever e processar emoções de outras pessoas – pode ser um indicador importante do fenótipo ampliado do autismo. Neste estudo, altos escores de alexitimia em pais do sexo masculino foram associados a sintomas de comportamentos repetitivos e estereotipados em seus filhos com autismo, conforme avaliado pela Autism Diagnostic Interview.

Nessa mesma linha de evidências, o artigo do Scielo mostrou a observação de pontuações mais altas na subescala de “habilidades sociais” do Autism Spectrum Quotient (ASQ) nos pais de crianças com autismo em comparação com pais de crianças com desenvolvimento típico. Isso sugere maiores desafios nessa área para os pais de crianças com autismo, como uma menor qualidade e quantidade de relações de amizade, além de uma preferência por atividades menos “sociais”.

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