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Seminário capacita professores e profissionais da saúde sobre a Classificação Internacional de Funcionalidade e Autismo

A iniciativa foca na atualização e integração de conhecimentos dos profissionais para melhorar o atendimento a pessoas com deficiência.
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Eduarda Zeglin
Jornalista, Assistente de Comunicação, Marketing e Eventos
Publicado em

Na manhã de ontem (12), os professores e profissionais da área da saúde da Apae Curitiba se reuniram na Escola de Estimulação e Desenvolvimento para uma palestra com Juliana Paula Mendes, diretora da Escola Alternativa. O encontro abordou temas importantes relacionados ao trabalho direcionado para as pessoas com deficiência, incluindo a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), avaliação da deficiência, manejo de comportamento e outras questões relacionadas ao autismo. 

Juliana tem 31 anos de experiência na Educação Especial e está há 16 anos à frente da gestão da Escola Alternativa – Modalidade Especial em Curitiba. Em 1991, ela ajudou a fundar a Apae de sua cidade natal, no interior do Paraná. Devido ao seu conhecimento na área, Juliana foi convidada por Laura Cutrim, coordenadora terapêutica da Apae, para participar dessa iniciativa que promove a colaboração entre terapeutas e professores no apoio ao trabalho realizado com as pessoas com deficiência intelectual.

O que é a CIF?

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) é um sistema da Organização Mundial da Saúde (OMS), que oferece um padrão para descrever e medir a saúde e a incapacidade das pessoas. Ela considera aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde, proporcionando uma visão completa da funcionalidade humana. A CIF é usada para avaliar como as condições de saúde impactam a vida diária dos indivíduos e para planejar intervenções que promovam a autonomia e a participação social.

Como a CIF ajuda os profissionais?

A CIF organiza as informações em duas partes distintas: funcionalidade e incapacidade, e fatores contextuais. A funcionalidade e incapacidade incluem funções do corpo, atividades e participação, enquanto os fatores contextuais abrangem questões ambientais e pessoais.

Ao receber um laudo, é crucial que os profissionais utilizem esse sistema. Este modelo adota uma abordagem social ao tratamento, focando nas necessidades específicas de cada faixa etária. Por exemplo, se um adulto tem dificuldades em transferir líquido de uma garrafa para um copo, essa limitação deve ser considerada no tratamento, conforme os princípios da CIF.

A CIF permite uma documentação clara e padronizada das necessidades e intervenções. Assim, se o paciente for transferido para outra instituição ou terapeuta, o novo profissional poderá entender facilmente o histórico de tratamento e continuar o trabalho sem a necessidade de uma reavaliação completa.

“A nossa grande ideia é realmente criar uma estrutura que permita a transferência de informações de maneira eficaz, de modo que, ao sair daqui (Escola CEDAE) e ir para o Luan ou qualquer outra instituição de saúde, a criança seja facilmente identificada. Assim, os profissionais não precisarão perguntar como fazer isso ou aquilo, pois o relatório escrito já fornecerá todas essas informações”, ressalta a coordenadora Laura Cutrim. 

Mendes explica que, ao elaborar o plano de atendimento individualizado, o professor estabelece objetivos específicos para o aluno, como, por exemplo, ensiná-lo a sentar, pois ao desenvolver a capacidade de concentração, atenção e memória, a criança se torna mais apta a aproveitar o processo de aprendizagem. Quando o professor e o terapeuta abordam esses aspectos simultaneamente, é possível incluir essa habilidade no plano de atendimento terapêutico da criança.

A habilidade mencionada por Juliana pode ser explorada em diversos contextos que operam de forma integrada. Esta mesma abordagem se mostra particularmente eficaz na aprendizagem de crianças, especialmente aquelas com transtorno do espectro autista ou com deficiência intelectual, dado que essas crianças têm uma propensão a aprender por meio da repetição. Quando elas são expostas ao mesmo método tanto em casa, na terapia e na sala de aula, o progresso se torna significativamente mais alcançável. 

A importância do trabalho integrado entre a saúde e a educação

Outro ponto abordado durante o seminário foi a importância de mostrar como o trabalho desenvolvido em conjunto é fundamental, é preciso que os profissionais do terapêutico estejam alinhados com os profissionais da educação, pois só assim é possível obter um resultado positivo tanto na aprendizagem quanto no desempenho dos estudantes. 

Juliana observou que os profissionais da Apae precisam trabalhar dentro dessa abordagem, pensando na criança, no paciente, no estudante e no adulto como seres integrais. “A pessoa é única, não é apenas um paciente ou estudante; é um ser humano que precisa desenvolver habilidades para alcançar autonomia. Eles precisam trabalhar em parceria. O terapeuta vai orientar o professor, e o professor vai orientar o terapeuta. Não existe um papel mais importante. Tudo isso promove a autonomia dessa criança, dessa pessoa, tanto na família quanto na sociedade”, ressaltou a profissional.  

Como avaliar a deficiência intelectual

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Em um segundo momento, Juliana abordou o trabalho que deve ser desenvolvido com estudantes autistas, trazendo informações essenciais sobre a percepção dos reflexos das crianças desde bebês, os principais indicadores do desenvolvimento infantil e os sinais para detecção precoce de TEA em crianças de 0 a 36 meses. 

Ela explicou que a detecção de sinais iniciais de problemas relacionados ao desenvolvimento infantil antes dos três anos permite uma intervenção precoce com terapias significativas. Para identificar precocemente os quadros de autismo, é fundamental considerar aspectos como interação social, comunicação e brincadeiras, que desempenham funções importantes no desenvolvimento das funções psicológicas da criança.

Além disso, Juliana enfatizou a importância de capacitar os profissionais para que possam reconhecer e responder adequadamente a esses sinais iniciais. A formação contínua e a colaboração interdisciplinar são cruciais para garantir que as intervenções sejam efetivas e personalizadas. Assim, é possível proporcionar um suporte ainda mais adequado às pessoas autistas, promovendo um desenvolvimento harmonioso e melhorando sua qualidade de vida e integração social.

Essa é mais uma iniciativa da Apae Curitiba para manter os profissionais atualizados e preparados para atuarem com autonomia dentro de suas áreas de atuação, sempre priorizando o desenvolvimento contínuo dos estudantes e assistidos. Através dessas iniciativas, não apenas as pessoas com deficiência são beneficiadas, mas toda a comunidade envolvida no cuidado e na promoção da qualidade de vida da PCD.

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