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Na manhã de ontem (08), a Escola Luan Muller recebeu a visita da professora Claudia Mara da Silva para discutir sobre a implementação do seu método de alfabetização ABACADA. Durante a sessão, as educadoras tiveram a oportunidade de participar de um treinamento sobre o método, tirando dúvidas e compartilhando ideias.
Adotado por profissionais da área da educação, especialmente por aqueles que ensinam crianças com deficiência intelectual, o ABACADA visa facilitar a alfabetização por meio da associação entre sílabas e imagens.
O método teve sua origem em 2004, quando a educadora percebeu que a associação entre sílabas e imagens poderia simplificar o processo de aprendizagem, tornando-o mais envolvente e fácil de memorizar. Claudia, graduada em Normal Superior com Mídias Interativas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e especializada em Neuropsicologia e Educação, dedicou grande parte de sua carreira ao magistério na Prefeitura Municipal de Curitiba.
Durante a palestra, Claudia abordou diversos temas relacionados ao método, tais como consciência fonológica, formação silábica e de palavras, níveis de aprendizagem, fundamentos para a alfabetização, estágios da aprendizagem e a importância do planejamento.
Um ponto crucial destacado foi sobre a importância da utilização do alfabeto móvel. Este recurso permite que a criança aprenda visualizando as letras e formando sílabas, complementando as associações com figuras. O método também pode ser particularmente eficaz com crianças autistas, que muitas vezes dependem de estímulos visuais para compreender.
O ABACADA segue uma sequência de etapas. Primeiramente, é essencial ensinar as sílabas, seguidas por palavras e, posteriormente, frases e textos. Cada etapa deve ser conduzida respeitando o nível de aprendizagem da criança.
Além disso, a rotina é um elemento essencial a ser trabalhado, juntamente com a repetição. A professora ressalta que a repetição é fundamental para a absorção do conteúdo, mas reconhece que pode se tornar monótona tanto para o profissional quanto para o aluno. Portanto, a introdução de jogos é crucial, pois eles trazem ludicidade e dinamismo, tornando o processo de aprendizagem mais eficaz e envolvente.
Em paralelo, Claudia também introduziu o método Sodré. Este método adota uma abordagem única chamada de Alfabetização Rápida. A cartilha reconhece a importância de evitar a abordagem tradicional de silabação, como o famoso "BA, BE, BI, BO, BU", pois pode perpetuar as mesmas dificuldades encontradas em outros métodos de aprendizado.
Silva enfatiza a necessidade de evitar ensinar o nome das letras, preferindo sempre associar o som que cada uma representa quando inserida em sílabas ou palavras estudadas.
Embora a Escola Luan Muller seja adepta do método ABACADA, algumas professoras presentes na instituição ainda não estavam familiarizadas com ele. Esse momento destaca a importância de manter um ambiente de aprendizado constante e de integração para garantir o melhor para os alunos.
O método não se destina apenas a estudantes com deficiência intelectual, mas também a todos que necessitam de alfabetização. Segundo a professora há estatísticas comprovadas pelo município de Ipiranga (PR) sobre a eficácia do método, ‘’eles têm os gráficos que 98% desses alunos saem do primeiro ano lendo, escrevendo e produzindo textos’’, ressaltou.
No entanto, é essencial que o professor saiba utilizá-lo adequadamente para garantir bons resultados. ”Quando o professor se dispõe a usar o ABACADA, quando ele se encanta, ele consegue avanços muito significativos na aprendizagem da leitura escrita. Então, essa mediação do professor é que vai fazer a diferença em relação ao ABACADA. Porque o ABACADA é um método muito simples, que necessita de material para compreender as bases teóricas, porque toda a prática precisa de uma teoria’’, comenta.
Claudia tem recebido retornos positivos dos professores com quem tem interagido. Ela observa que muitos passam a ter uma visão diferente da escola após utilizar o ABACADA, destacando a importância de manter um processo contínuo de aprendizagem.
‘’Para alfabetizar alunos que têm uma deficiência intelectual nós precisamos traçar um caminho, nós não podemos a cada dia fazer de um jeito, então é preciso sistematizar essa aprendizagem da leitura e da escrita’’.
Além de ser utilizado em sala de aula, o método também é adotado pelos próprios pais e familiares. Claudia Mara coordena um grupo nas redes sociais com 800 mães de todo o Brasil que utilizam o método ABACADA. Um exemplo notável é o de Maria Neusa, de São Paulo, que conseguiu alfabetizar seu filho de 18 anos com síndrome de Down.
Atualmente, a educadora lidera a empresa Desafios do Aprender, onde disponibiliza jogos pedagógicos especialmente voltados para crianças com deficiência intelectual na fase da alfabetização, além de apostilas e outras ferramentas para que profissionais e outras pessoas possam utilizar durante o processo de aprendizagem.
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A Escola Luan Muller, atende o Ensino Fundamental na Modalidade Educação Especial, na faixa etária de 6 a 16 anos com deficiência intelectual e múltiplas. No espaço educacional, o trabalho é voltado para a construção da autonomia e da autoestima, através de atividades das áreas do desenvolvimento e conhecimento, necessárias no processo de alfabetização, dentro dos conteúdos da base Curricular Nacional e da proposta pedagógica “Desafios do Aprender.” Conheça as escolas clicando AQUI.
Endereço: Rua Prof. João Argemiro Loyola, 220 – Seminário, Curitiba – PR
Contato: (41) 3244-9166
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