Vivemos em uma sociedade caracterizada pela diversidade, onde a promoção da inclusão e a remoção de barreiras são elementos fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa. No contexto das políticas públicas, a superação de obstáculos cotidianos e a busca pela plena inclusão emergem como prioridades cruciais. Essa abordagem não apenas visa assegurar o acesso às oportunidades, mas também almeja criar um ambiente que celebra e respeita as diferenças, fomentando, assim, uma sociedade participativa.
A implementação contínua de políticas públicas não apenas contribui para a manutenção da qualidade de vida das pessoas com deficiência (PCD), mas é também uma obrigação para o convívio comunitário.
As principais políticas públicas e legislações que exercem impacto significativo na vida das PCDs incluem o Cadastro de Inclusão, a Política Nacional de Tecnologia Assistida, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
É crucial destacar que essas leis e práticas não devem ser apenas teóricas, mas devem ser efetivadas na prática, o que, muitas vezes, não ocorre. Rosilei Pivovar, assistente social nas Casas de Acolhimento Institucional das Apae Curitiba, ressalta a necessidade urgente de ajustes na implementação dessas práticas.
No campo da saúde, Rosilei destaca a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) na oferta de assistência, mas aponta a escassez de médicos e as longas filas de espera como questões críticas que exigem atenção urgente. Em relação à educação, ela observa as dificuldades enfrentadas na inclusão de estudantes com deficiência, defendendo a presença de tutores nas salas de aula para apoiar tanto professores quanto alunos. Ela também menciona a escassez de vagas como um obstáculo significativo. No setor de emprego, Rosilei ressalta que muitas empresas não cumprem a legislação vigente. “É necessário haver fiscalização nessa área, e também depende do tipo de deficiência. Em geral, as empresas buscam candidatos com formação e compreensão adequadas, o que é um desafio para pessoas com deficiência intelectual”, afirma.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas com deficiência no Brasil enfrentam dificuldades em diversas áreas, como saúde, educação e emprego. O IBGE, por meio do módulo “Pessoas com deficiência” da Pnad Contínua 2022, revelou que cerca de 18,6 milhões de brasileiros, ou 8,9% da população de 2 anos ou mais, possuem algum tipo de deficiência. Desses, 47,2% têm 60 anos ou mais.
Na educação, a inclusão ainda é um grande desafio. Dados apontam que 63,3% das pessoas com deficiência de 25 anos ou mais não concluíram a educação básica. Já 11,1% possuem apenas o ensino fundamental completo ou o médio incompleto.
No mercado de trabalho, a taxa de ocupação para pessoas com deficiência é de 26,6%, bem abaixo dos 60,7% registrados para pessoas sem deficiência. Além disso, 55% das pessoas com deficiência que estão empregadas trabalham no setor informal. A fiscalização do cumprimento da legislação de cotas para inclusão no mercado de trabalho é crucial, especialmente devido ao descumprimento por parte de muitas empresas.
Como assistente social, Pivovar tem a responsabilidade de defender os direitos das pessoas com deficiência, proporcionando dignidade por meio da efetivação dos direitos. Mesmo com uma legislação presente, ela destaca a distância entre as leis existentes e sua efetiva aplicação. Ela defende a necessidade de cobrança não apenas das pessoas e famílias afetadas, mas de toda a sociedade, para assegurar que profissionais qualificados estejam encarregados de alocar recursos no orçamento público.
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