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O Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH), é um transtorno reconhecido por um modelo de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade. Conforme a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH é um distúrbio do neurodesenvolvimento que atinge mais de 5% das crianças do país. O transtorno está associado a modificações que surgem precocemente no desenvolvimento, as quais podem resultar em déficits no desempenho pessoal, social, acadêmico ou profissional, com implicações, consequentemente, na dinâmica familiar. Os efeitos subsequentes dos sintomas comuns ao TDAH, como desafios nas interações sociais, dificuldades acadêmicas, influenciam a dinâmica adaptativa das crianças com o transtorno.
De acordo com o artigo “Distúrbios do desenvolvimento- Estudos Interdisciplinares”, de 2018, publicado por Cibelle Amato, Decio Brunoni e Paulo Boggio, a família configura um papel relevante para a socialização do indivíduo, pois é nesse cenário em que ele aprende a se relacionar. O funcionamento familiar, segundo o escrito, representa a base para os repertórios comportamentais da criança, visto que os responsáveis são a principal fonte de estímulos e um modelo a ser seguido para os filhos. A obra revela que, como são os pais/cuidadores que contribuem ativamente para o desenvolvimento dos pequenos com TDAH, a colaboração deles no tratamento se transforma em um dos processos mais eficientes na propagação dos impactos da terapia no cotidiano dessas crianças.
Ainda, o artigo conta que jovens com transtornos de neurodesenvolvimento necessitam de um ambiente familiar mais organizado, em relação à definição de rotinas e estabilidade comportamental dos pais. Essas demandas configurariam uma matriz adicional de estresse para a família.
No TDAH, justamente por manifestarem problemas na autorregulação, as crianças com o transtorno dependem mais do feedback externo dos pais para adequar seus comportamentos.O livro indica que a constância entre os feedbacks proporcionados pelos responsáveis são fundamentais para evitar o advento de complicações no comportamento de pequenos com o distúrbio, isso porque eles são menos tolerantes às inconsistências.
Visto isso, percebe-se que os familiares necessitam de apoio e orientação para promover um lar mais harmônico e saudável. Assim, o artigo apresenta uma lista de estratégias práticas para ajudar os pais na orientação a filhos com TDAH:
1. Diminuir os atrasos de tempo, isto é, comunicar o tempo para o pequeno (utilizar timers, relógios ou aparelhos que apresentem o tempo para realizar uma tarefa);
2. Comunicar informações importantes, com lembretes em pontos estratégicos;
3. Intensificar a motivação para realizar alguma atividade, usar reforçadores, propiciar recompensas (começar com prêmios tangíveis e mudar gradativamente) ou privilégios negociados;
4. Fazer uso de retorno imediato, como consequências imediatas a um comportamento, seja ele apropriado ou não;
5. Ampliar a constância das consequências, como proporcionar consequências aos comportamentos da criança;
6. Expandir as responsabilidades do pequeno;
7. Tocar mais, falar menos (quando precisar orientar a criança, sempre utilizar linguagem não verbal também, como tocá-la nas mãos dela, enquanto fala, olhar nos olhos, etc);
8. Agir sem discursos longos e encorajar a criança a repetir o que entendeu;
9. Não impor, tentar negociar e explicar.
Ainda, é recomendado que os pais mantenham o bom-humor, divirtam-se com os filhos, usem as recompensas a fim de evitar os castigos e aprendam a perdoar os comportamentos dos filhos, além de perdoar os seus próprios comportamentos.
É importante, também, ressaltar que os responsáveis devem observar os comportamentos da criança ou adolescente com atenção, para poderem ser identificados sintomas do transtorno e seja realizado o diagnóstico precoce. Para que, assim, possam procurar ajuda especializada e proporcionar o tratamento adequado ao jovem com TDAH.
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