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Entendendo o autismo: um guia esclarecedor

Desmistifique preconceitos sobre o autismo e compreenda características associadas à condição.
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Lorena Motter Kikuti
Estagiária de Jornalismo
Publicado em

Ao contrário de outras síndromes e transtornos, o Transtorno do Espectro Autista  (TEA) não se manifesta através de características físicas visíveis. O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que inclui comportamentos distintos, dificuldades na comunicação e na interação social, comportamentos repetitivos e estereotipados, além de um repertório limitado de interesses e atividades.

Apesar disso, indivíduos com a condição frequentemente enfrentam desafios devido à falta de informação, levando muitas vezes a enfrentarem atitudes capacitistas de outras pessoas, ou seja, preconceitos contra pessoas com deficiência, que invalidam seu diagnóstico e suas experiências.

Portanto, vamos desmistificar alguns preconceitos relacionados ao autismo:

“Frescura” - Seletividade Alimentar

A seletividade alimentar é marcada pela preferência por consumir certos alimentos específicos (geralmente, um número limitado) e pela resistência em provar novos alimentos que não fazem parte da sua rotina habitual. A restrição alimentar é frequentemente observada em crianças dentro do espectro autista, principalmente devido a alterações sensoriais e comportamentais. Portanto, chamar essa condição de “frescura” é invalidar uma característica de muitas pessoas com TEA. 

“Obsessão” - Hiperfoco

É frequente em pessoas autistas o fenômeno do hiperfoco, caracterizado por um interesse intenso e altamente concentrado em um ou mais temas. Esse estado pode perdurar ao longo da vida ou evoluir com o tempo, levando a uma absorção tão intensa que a pessoa pode se desconectar do ambiente ao redor e negligenciar outras atividades cotidianas. Já a obsessão é um transtorno de ansiedade. 

“Birra” - Crise

As crises no autismo são mais frequentes do que muitas pessoas imaginam, representando momentos de desregulação interna que podem ocorrer em qualquer circunstância e por diversos motivos. Contrariamente ao que se pensa, esses episódios não devem ser confundidos com birras e não são intencionais.

Esses momentos de desregulação podem ser divididos em duas categorias principais, conforme o Instituto Singular:

  1. Meltdown: conhecido como “colapso”, o meltdown é uma crise externa e explosiva. Durante essa fase, podem ocorrer comportamentos descontrolados como choro, gritos, tremores e agressividade.
  2. Shutdown: chamado de “desligamento”, o shutdown é uma crise interna em que a pessoa reage à sobrecarga desligando-se do ambiente ao seu redor. Comportamentos típicos incluem olhar vazio, deitar-se no chão, falta de resposta e imobilidade.

“Chatisse” - Rigidez cognitiva

A rigidez cognitiva é uma característica frequentemente observada em pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), manifestando-se em padrões de pensamento inflexíveis e resistência a mudanças. Isso se reflete na preferência por rotinas restritas e na dificuldade de adaptação a novas situações. 

“Preguiça” - Disfunção executiva

A disfunção executiva envolve dificuldades ou déficits relacionados às habilidades de planejamento e controle que interferem na execução de atividades da vida diária como tomar banho, limpar o quarto, entre outros. Quando não há reconhecimento adequado do diagnóstico pela família, isso leva a estereótipos prejudiciais que não favorecem o desenvolvimento da criança ou adolescente, como ser rotulado de preguiçoso, desatento ou bagunceiro.

Todas essas características específicas do espectro autista podem ser atenuadas com terapias especializadas, como psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia. 

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