Fanfarra da Apae recebe homenagem na Câmara Municipal de Curitiba
Vereador Sidnei Toaldo destaca a importância da instituição na promoção da inclusão e do empoderamento social.
Segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 8,4% da população brasileira, acima de dois anos, tem alguma deficiência. Estes estão sujeitos ao preconceito, refletindo em menores condições de igualdade e oportunidade. Quando se fala em discriminação, os discursos e as práticas que envolvem o capacitismo também estão associadas.
Atitudes capacitistas são momentos que demonstram que as pessoas com deficiência são ineficientes, improdutivas e incapazes de contribuir na sociedade. Acontecem quando as pessoas se surpreendem ao verem a graduação de uma pessoa com deficiência ou quando conseguem fazer coisas do cotidiano, por exemplo, cuidar dos filhos. Essa ideia está enraizada dentro do cotidiano, onde existe a dificuldade de perceber o preconceito por trás de comentários ou atitudes. Nesse sentido, a conquista por espaços e oportunidades em ambientes, como o mercado de trabalho e no âmbito escolar, é essencial para a quebra desses paradigmas.
Laura Ribas Cutrim, psicóloga da Apae Curitiba, conta um pouco sobre como esse processo pode impactar negativamente a vida das pessoas na sociedade. A profissional enfatiza ser preciso incentivar e dar autonomia às pessoas com deficiência, seja emocionalmente, fisicamente ou de escolha, permitindo que ela possa ser ouvida e entendida como parte daquele ambiente. Muitas vezes, o capacitismo começa na família, os quais não dão o espaço necessário, impedindo que realizem as tarefas no seu devido tempo.
“Desmistificar os pensamentos que embasam esse preconceito, é abrir espaço para as pessoas que sofram. Por isso eu falo tanto da autonomia nas capacidades que cada um apresenta. É preciso permitir e deixar que ela de expresse”, ressalta Laura.
Mesmo com a instituição de leis e o reconhecimento dos direitos básicos da pessoa com deficiência, o capacitismo também está presente no mercado de trabalho e na educação. Nestes pontos, muitas vezes os ambientes não estão adaptados para receber as pessoas com deficiência.
É preciso que exista uma política de inclusão no mercado de trabalho. Mas não basta apenas implantar uma política de contratação de minorias, é preciso que elas sejam recebidas pela empresa e acolhidas conforme o que precisam para serem realmente incluídas na sociedade de forma justa.
A lei de cotas exige que as grandes empresas tenham um número mínimo de colaboradores com deficiência nos seus mais diversos setores, sendo de 2% a 5% do número total de funcionários. Mas, na prática, isso é totalmente diferente, muitas delas não cumprem e não estabelecem os devidos processos de desenvolvimento desse funcionário.
Para alcançar todos esses objetivos, se faz necessário respeitar a legislação, avaliar e melhorar as condições de acessibilidade nas empresas, ter uma cultura de desenvolvimento dos colaboradores e saber recepcionar todos os tipos de profissionais através de estratégias moldáveis às necessidades de cada grupo.
Outro ponto fundamental é a educação, os dados mostram que mesmo sendo um direito, ainda está longe de ser acessível para todos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 75% das crianças com deficiência no mundo não têm acesso à educação inclusiva de qualidade. De acordo com o Centro de Referências em Educação Integral, no Brasil a taxa de aprovação escolar dos alunos com deficiência é de 13, 8%, enquanto para o grupo dos que não tem deficiência é de 8,7%. Os dados só enfatizam como a educação está muito atrás do esperado.
Toda essa dificuldade em relação à educação e ao mercado de trabalho reflete no momento de conseguir participar de cargos de liderança. Uma das justificativas para isso é o baixo índice de acesso à educação, deixando de manter a qualificação e o desenvolvimento dessas pessoas. Conforme a pesquisa do Santo Caos em parceria com a Catho, em 2019, somente 10% dos trabalhadores com deficiência ocupavam postos de liderança.
Muitas empresas alegam que o processo de contratação de PcD é difícil, que há baixa atratividade das vagas voltadas a esses profissionais. Na verdade, em muitas empresas o que existe é uma necessidade de adaptação e uma mudança de cultura e de mentalidade de gestores e recrutadores, visto que cabe a eles apoiar a contratação de PcD e liderar a criação de um ambiente interno favorável e de inclusão.
Empresas que possuem uma cultura discriminatória ou até mesmo líderes que são preconceituosos, dificilmente enxergam pessoas com deficiência capazes de assumir funções de destaque. Quando uma empresa não investe em acessibilidade, é como se estivesse tirado o direito de autonomia da pessoa com deficiência.
As empresas precisam adaptar e integrar suas funções com as mesmas condições que são oferecidas aos demais colegas de trabalho, para conseguirem exercer as suas funções de forma plena e garantir a acessibilidade do ambiente, bem como do espaço de trabalho e das ferramentas essenciais para exercer o ofício.
Os cargos de liderança também são fundamentais para o apoio nesse processo das empresas. Visto que essa contratação deve vir juntamente a uma cultura de integração, isso não pode ser alcançado sem um papel ativo dos gestores. Por isso, cabe aos líderes dar o exemplo e estimular a diversidade e a tolerância no ambiente de trabalho. Os benefícios que esse processo resultam são inúmeros, eles trazem um ambiente com mais tolerância, integração, adaptação, criatividade, humanização e, ao mesmo tempo, gera condições reais de agregar valor à empresa.
A diversidade e a tolerância são aliadas na manutenção da qualidade do ambiente interno de qualquer lugar, principalmente dentro do ambiente empresarial, é possível aumentar a credibilidade entre os colaboradores e gerar um espaço de trabalho mais seguro, confiável e produtivo.
Imagem Ilustrativa
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