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A série Emily in Paris pode parecer um mero romance leve e divertido, mas, surpreendentemente, oferece lições valiosas que se conectam a conceitos fundamentais da Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada).
A trama acompanha Emily Cooper, interpretada por Lily Collins, uma jovem profissional de marketing que se muda de Chicago para Paris em busca de uma grande oportunidade profissional. Apesar de realizar o sonho de muitos, ela se depara com desafios significativos: a barreira do idioma, dificuldades para fazer amigos e envolvimentos amorosos complicados. Ao longo de sua jornada, Emily aprende a equilibrar a vida pessoal e profissional, ajustando-se a uma nova cultura e enfrentando os obstáculos diários na Cidade Luz. Em cada temporada, testemunhamos como ela aprende com suas experiências e aplica essas lições em diferentes situações. Mas o que isso tem a ver com a Terapia ABA?
A ABA é uma abordagem científica que visa entender e modificar o comportamento humano, baseada na ideia de que comportamentos podem ser aprendidos e ajustados através de reforço e intervenção. Embora seja amplamente utilizada no tratamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), suas aplicações vão além, abrangendo áreas como educação, saúde mental e reabilitação.
Como explica Claudia da Silva, professora da Escola Luan Muller, que utiliza a ABA em sala de aula: “O objetivo da ABA é melhorar habilidades específicas e comportamentos adaptativos através da análise e modificação de comportamentos. Isso é feito observando os comportamentos atuais, identificando aqueles que são problemáticos ou ineficazes, e implementando intervenções que incentivem comportamentos desejados”.
Na jornada de adaptação de Emily, é possível enxergar paralelos com técnicas de ABA, como o uso de reforço positivo, a generalização de habilidades e a adaptação comportamental em novos contextos.
O reforço positivo é um dos pilares da ABA. Claudia explica que ocorre quando um comportamento desejado é seguido por uma consequência que aumenta a probabilidade de esse comportamento se repetir. Isso envolve oferecer algo significativo e motivador, como elogios, recompensas sociais ou momentos de lazer.
Na série Emily in Paris, a protagonista, ao chegar à cidade, não fala francês e não está acostumada à cultura local. No entanto, ao longo do tempo, ela observa seus colegas, recebe feedback de amigos e ajusta seus comportamentos, facilitando sua adaptação. Esse processo é semelhante ao que ocorre na ABA, onde o aprendizado é reforçado de maneira positiva.
A generalização refere-se à capacidade de transferir habilidades aprendidas em um contexto específico para diferentes situações e ambientes. Quando uma pessoa aprende a se comunicar ou interagir socialmente, idealmente, essa habilidade deve ser aplicada em várias situações.
Um exemplo disso é visto em Emily in Paris, onde a protagonista usa suas habilidades de marketing de maneira flexível, adaptando estratégias aprendidas ao contexto e mercado francês, demonstrando essa capacidade de generalização.
A adaptação a novos ambientes por meio da observação do comportamento social é essencial na ABA. Esse processo, conhecido como “modelagem” ou “aprendizagem por imitação”, permite que indivíduos aprendam normas sociais e interações observando outros. Emily exemplifica isso ao replicar comportamentos que a ajudam a se integrar ao novo ambiente.
Na Apae Curitiba, a terapia ABA é aplicada de forma flexível e personalizada, sempre adaptada às necessidades individuais de cada pessoa. O objetivo é promover o desenvolvimento e a inclusão social, para que os alunos se adaptem aos ambientes em que convivem, seja na escola, em casa ou em outros contextos. Assim como Emily, os alunos são incentivados a observar, aprender e se adaptar, recebendo o suporte necessário para alcançar sua plena inclusão na sociedade.
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