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Dispraxia: o que é e o que fazer

A condição afeta principalmente as meninas, resultando em desafios no desenvolvimento da coordenação motora e podendo causar complicações na fala.
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Lorena Motter Kikuti
Estagiária de Jornalismo
Publicado em

Distúrbios comportamentais podem acometer não só adultos como uma grande parcela de crianças. Essas condições podem impactar diversas áreas do desenvolvimento, inclusive o processo de aprendizagem. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), a dispraxia afeta aproximadamente 5 a 6% das crianças, com uma incidência quatro vezes maior entre as meninas.

A Dispraxia é determinada por um transtorno neurológico de desenvolvimento na coordenação motora que implica em dificuldades na ação de movimentos planejados, não necessariamente relacionado a déficit cognitivo. Mas pode aparecer em pessoas com deficiência intelectual. 

Sintomas

Os sintomas desse distúrbio são variados, normalmente estão ligados ao aspecto espacial, verbal e motor. Manifestam-se em dificuldades de realizar movimentos voluntários, lentidão e desalinhamento em tarefas que exigem coordenação motora, complexidades com a orientação espacial, complicações ao falar e desorganização mental.

O transtorno afeta o desenvolvimento, em especial, sua formação escolar, pois a criança enfrenta empecilhos ao praticar algumas atividades pedagógicas, tais como segurar uma caneta, traçar uma linha com uma régua, entre outras tarefas que envolvem coordenação motora. 

Além disso, a criança com dispraxia lida com limitações em suas interações sociais, já que não acompanha os outros pequenos em brincadeiras comuns à infância, como pega-pega, jogar bola, entre outros. 

Dispraxia e Apraxia

O Dr. Edson Piana, neurologista da Apae Curitiba, explica que as dispraxias podem ocorrer e estar correlacionadas com alterações estruturais encefálicas. Ainda, pode estar relacionada ao abuso materno de álcool e drogas durante a gestação e amamentação; nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) também. 

Dessa forma, muitas pessoas confundem a Dispraxia com a Apraxia, que também é um transtorno relacionado a deformações na estrutura do cérebro. Por isso, o médico esclarece: “Alguns autores separam o termo Apraxia e Dispraxia. Na Apraxia a dificuldade é adquirida com etiologias que podem ser infecciosas, vasculares, tumorais, genéticas que ocorrem na estrutura já formada após o nascimento. A Dispraxia é associada com alterações que ocorrem no desenvolvimento do encéfalo, na sua formação estrutural considerando o número de neurônios, sua conformação espacial e suas ligações, às sinapses, com os outros neurônios. No desenvolvimento do encéfalo temos um complexo sistema de sinalizações para a correta formação da estrutura do encéfalo”, esclarece. Ou seja, apraxia é adquirida e a dispraxia é inata, ou seja, o indivíduo já nasce com ela.

Desafios no cotidiano da família da criança com Dispraxia/ Apraxia

O transtorno Apraxia/Dispraxia pode afetar a criança e a família. Isso porque, além das dificuldades do distúrbio, os pais podem ter dificuldade para obter o diagnóstico adequado,  que envolve profissionais especializados e cujo resultado pode ser custos financeiros elevados e desgaste emocional para todos.

Conforme o Dr. Edson, “na criança pode desencadear irritabilidade, aborrecimentos, isolamento, dificultar a aprendizagem, a autoestima e seu desenvolvimento neuropsicomotor. Pode levá-la a evitar atividades de lazer, em jogos coletivos e em atividades sociais na escola, na família e na comunidade, podendo levar até mesmo ao “Bullying”’’. 

O diagnóstico traz direcionamento para o tratamento da criança.  Dentro dos desafios estão o envolvimento, a empatia, a sensibilidade e o esforço coletivo dos familiares, amigos, professores e terapeutas, para acolhimento e tratamento da criança, resultando em mais autonomia e independência dela.

Tratamento

Para tratar a dispraxia, é realizada uma avaliação individualizada, pois cada paciente é único nas suas características e apresentação da patologia. A intervenção é determinada pelos terapeutas das áreas de terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia.

“Não há cura para a Apraxia/Dispraxia, mas diferentes tipos de terapias podem ajudar crianças e adultos a melhorar suas habilidades motoras e de coordenação. Como a Apraxia/Dispraxia afeta cada pessoa de forma diferente, o paciente beneficiar-se-á com plano de tratamento individualizado para gerir as suas dificuldades e melhorar a sua confiança”, afirmou o especialista. 

Para saber tudo sobre Deficiência Intelectual, Síndromes e Transtornos, siga a Apae Curitiba no Facebook e Instagram.

A Apae Curitiba

A Apae Curitiba conta com três centros terapêuticos que oferecem atendimentos à saúde gratuitos às pessoas com deficiência intelectual ou múltipla. A instituição é mantenedora de cinco escolas especializadas localizadas em Santa Felicidade, Batel e Seminário, em Curitiba. Confira nossas escolas:

➔ Escola de Educação de Estimulação e Desenvolvimento – CEDAE: Faixa Etária: 0 a 5 anos e 11 meses. 

➔ Escola Luan Muller: Faixa Etária: de 06 a 15 anos e 11 meses. 

➔ Escola Terapêutica Vivenda: Faixa Etária: a partir de 16 anos, com atuação no EJA. 

➔ Escola Integração e Treinamento do Adulto – CITA: Faixa Etária: acima de 16 anos, com atuação no EJA. 

➔ Escola Agrícola Henriette Morineau: Adultos e adolescentes a partir de 17 anos.

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