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Disfunção sensorial é mais comum do que parece

A importância do diagnóstico precoce e das terapias ocupacionais no Transtorno de Processamento Sensorial.
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Kamile Soares
Estagiária de Jornalismo
Publicado em

O Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) é uma condição que afeta a forma como o cérebro interpreta os estímulos do ambiente. Sons, cheiros, toques, sabores e imagens podem ser percebidos de maneira alterada, seja de forma intensificada, reduzida ou desorganizada, o que pode gerar desconforto e dificuldades nas atividades cotidianas. Por exemplo, uma criança com TPS pode achar o som de um secador de cabelo insuportável ou sentir dor ao tocar em certos tecidos. Esses estímulos podem ser percebidos de maneira tão intensa que a pessoa se sente sobrecarregada, resultando em reações emocionais e comportamentais.

Segundo a neurologista pediátrica Dra. Alessandra Pereira, do Hospital Moinhos de Vento, estudos indicam que entre 5% e 15% das crianças de 3 a 10 anos apresentam o Transtorno de Processamento Sensorial, sendo mais comum em meninos. No entanto, apesar de seu impacto, muitos profissionais de saúde ainda desconhecem o TPS, o que pode resultar em diagnósticos tardios, atrasos no tratamento e dificuldades adicionais para as famílias. O diagnóstico precoce é fundamental para oferecer o suporte necessário, pois as crianças que não recebem tratamento adequado podem enfrentar dificuldades de aprendizagem, problemas emocionais e sociais.

Um exemplo de diagnóstico de TPS foi compartilhado pela atriz e apresentadora Giovanna Ewbank, que revelou que seu filho Bless, de 10 anos, foi diagnosticado com o transtorno. Bless apresentava alta sensibilidade a estímulos como o cheiro de cebola na cozinha, a textura da grama sob os pés e o som intenso do zumbido de moscas no campo. Após uma avaliação médica detalhada, foi confirmado o diagnóstico de Transtorno de Processamento Sensorial. Esse relato trouxe visibilidade para a condição, mostrando que o TPS é mais comum do que muitas pessoas imaginam e que ele pode afetar diretamente o cotidiano de crianças e suas famílias.

Quais são os riscos do Transtorno de Processamento Sensorial?

O Transtorno de Processamento Sensorial pode gerar diversos impactos na vida das crianças afetadas, especialmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento emocional, social e acadêmico. Crianças com TPS apresentam um risco maior de desenvolver mudanças comportamentais, como distratividade, impulsividade, hiperatividade e até irritabilidade, devido à sobrecarga sensorial. Elas podem se tornar excessivamente sensíveis a estímulos comuns, como luzes fortes, sons altos ou até certos tecidos e cheiros, o que pode desencadear episódios de estresse e desconforto.

Estudos epidemiológicos mostram que as crianças com TPS têm até quatro vezes mais chances de desenvolver problemas emocionais como ansiedade, e três vezes mais risco de apresentar dificuldades comportamentais, incluindo atitudes agressivas e reações explosivas. Além disso, as dificuldades sensoriais podem afetar outras áreas da vida, como o desempenho acadêmico e as interações sociais, prejudicando a autoestima e o bem-estar emocional da criança. Muitos desses sintomas também podem levar a problemas gastrointestinais e dificuldades de alimentação, já que a percepção sensorial alterada afeta até mesmo a maneira como o corpo lida com os alimentos.

Tratamento do Transtorno de Processamento Sensorial

O tratamento para o Transtorno de Processamento Sensorial é altamente personalizado e geralmente envolve abordagens terapêuticas como a Terapia de Integração Sensorial e treinamentos motores. A Terapia de Integração Sensorial busca ajudar a criança a regular os estímulos sensoriais que ela recebe, melhorando sua resposta adaptativa. Isso pode incluir o uso de fones de ouvido para atenuar sons excessivos ou o uso de roupas de compressão, que oferecem um estímulo calmante ao sistema sensorial da criança.

Além disso, o Treinamento Motor é utilizado para ajudar a melhorar a coordenação motora fina e grossa, permitindo que as crianças se sintam mais seguras em suas atividades diárias. O ambiente também pode ser adaptado para atender às necessidades sensoriais da criança, com ajustes no espaço e materiais, como iluminação suave, móveis confortáveis e objetos que proporcionam sensações agradáveis.

A Apae Curitiba desempenha um papel fundamental no tratamento de crianças com TPS, oferecendo suporte especializado e técnicas terapêuticas fundamentadas em evidências científicas. A instituição aplica metodologias inovadoras para estimular o desenvolvimento integral das crianças e promover a melhoria da qualidade de vida tanto das crianças quanto das suas famílias. A abordagem da Apae Curitiba é focada na inclusão, no bem-estar e no desenvolvimento de habilidades que possibilitem a adaptação da criança ao seu ambiente.

Além disso, o apoio às famílias é um pilar importante no tratamento, proporcionando orientações e estratégias para lidar com os desafios do dia a dia, criando um ambiente de suporte e compreensão. A Apae Curitiba acredita que a educação e o cuidado adaptado às necessidades sensoriais de cada criança são essenciais para garantir uma participação plena na sociedade e na vida escolar.

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