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Como previnir e lidar com crises em autistas

Professor Felipe Mattuella, especialista no assunto, destaca os principais aspectos das crises em autistas e oferece orientações sobre como agir nesses casos.
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Eduarda Zeglin
Jornalista, Assistente de Comunicação, Marketing e Eventos
Publicado em

Provavelmente se você convive com alguma pessoa autista, você já deve ter se deparado com uma crise, o que muitas vezes se torna desafiador para quem não sabe como contê-la. Apesar das crises serem constantes esse comportamento pode ser confundido com birras, por isso é importante entender as nuances e como proceder nesses casos. 

As crises em autistas quando ocorrem podem ser extremamente prejudiciais à integridade do indivíduo, quanto das pessoas que estão à volta dele, pois eles podem vir não só através de gritos, xingamentos, choro, mal estar e tremores, mas o arremesso de objetos e a própria autolesão.    

Felipe Mattuella professor de Educação Física da Escola CEDAE da Apae Curitiba é especialista na área de gerenciamento de crises e enfatiza que é importante entender que as crises também são enquadradas através de comportamentos contínuos. Elas podem ser desencadeadas através de quebras de rotina pré estipuladas, inflexibilidade cognitiva, quando deparado com regras e comandos muito drásticos e invasivos e a sensibilidade sensorial,‘’também devemos nos atentar ao ambiente, clima, vestimentas e em determinados casos até nas pessoas do ambiente’’, ressalta Mattuella. 

Por que as crises ocorrem?

A crise se manifesta quando um indivíduo é abruptamente retirado de um estado de conforto e estabilidade, mergulhando em um cenário de estresse e desorganização. Este processo pode desencadear episódios de alta irritabilidade, prejudicando severamente a capacidade da pessoa de tomar decisões claras ou de expressar suas necessidades de forma eficaz. Quando exposto a situações desafiadoras, a tensão se intensifica, e o conhecimento prévio dos fatores que podem desencadear desconforto se torna essencial para evitar comportamentos desajustados. Entender esses gatilhos e preparar-se para eles pode ajudar a minimizar os impactos negativos, tanto para o indivíduo quanto para aqueles ao seu redor.  

É possível prevenir uma crise?

Felipe destaca que toda crise é previsível, e é essencial que o profissional que trabalha com a pessoa, ou um familiar que convive com ela, esteja atento e conheça as particularidades do indivíduo. É necessário ter empatia, se colocar no lugar do outro e manter a calma para contornar a situação. Como mencionado, Felipe teve todo o preparo necessário para agir nesses casos. Ele aprendeu diversos recursos de gerenciamento e esclarece que o principal é prevenir a crise.   

Segundo o portal Genial Care algumas estratégias que podem ser viabilizadas como dar previsibilidade à criança sobre as tarefas e atividades que são esperadas dela e ao invés de negar, começar a oferecer sugestões à criança que sejam coerentes com a atividade esperada dela. No entanto, se a crise ocorrer, o manejo deve ser realizado por uma equipe bem preparada, baseada nas avaliações da pessoa, no Plano Educacional Individualizado (PEI) e no mapeamento dos comportamentos-problema. Dessa forma, é possível planejar ações para evitar que a situação se repita.  

‘’É de suma importância também no ambiente que está sendo desenvolvido o processo de ensino aprendizagem, fazer o mapeamento de fatores que desencadeiam determinados comportamentos ao indivíduo, procedimentos que foram realizados para gerenciar as crises e métodos que serão utilizados para que não chegue a uma crise’’, explicou o professor. 

E quando a crise acontece em casa ou diante de familiares? Como agir?

Nem sempre os pais ou responsáveis sabem como lidar com crises quando elas ocorrem. Prevenir é o primeiro passo, mas, quando a crise se desencadeia, é essencial que os pais adotem algumas medidas. Segundo o portal Genial Care, um especialista em TEA recomenda que é crucial manter a calma, buscar um ambiente tranquilo e seguro, e oferecer apoio e compreensão à criança.
É importante ressaltar que essas técnicas devem ser realizadas com a orientação de profissionais. No entanto, quando a crise ocorre em um ambiente familiar, essas são as melhores práticas a serem adotadas. 

Prevenção e Gerenciamento

O manejo eficaz das crises depende do conhecimento profundo do indivíduo e dos fatores que desencadeiam comportamentos problemáticos. Aqui estão algumas estratégias recomendadas:

  • Mapeamento de Fatores Desencadeantes: Identificar e monitorar os elementos que levam a crises.
  • Engajamento em Atividades: Manter a pessoa ocupada e envolvida em atividades significativas para reduzir comportamentos desafiadores.
  • Desenvolvimento de Técnicas de Gerenciamento: Trabalhar em conjunto com a pessoa para desenvolver habilidades e estratégias que ajudem a manejar situações potencialmente desencadeantes. 
  • Mude o ambiente. Sempre que possível, retire o indivíduo da situação e leve-o para um local tranquilo para se acalma
  • Seja consistente e siga um cronograma: manter uma rotina pode ser desafiador, mas a consistência na aplicação de um cronograma em todos os aspectos tende a melhorar significativamente o desenvolvimento de uma criança com autismo.
  • Informe antecipadamente sobre mudanças de atividades ou o que vai acontecer: Avisar antes das transições é uma excelente estratégia para prevenir crises, especialmente quando a criança precisa passar de uma atividade que gosta para outra que considera menos atrativa.

Para saber tudo sobre Deficiência Intelectual, Síndromes e Transtornos, siga a Apae Curitiba no Facebook e Instagram.

A Apae Curitiba

A Apae Curitiba conta com três centros terapêuticos que oferecem atendimentos à saúde gratuitos às pessoas com deficiência intelectual ou múltipla. A instituição é mantenedora de cinco escolas especializadas localizadas em Santa Felicidade, Batel e Seminário, em Curitiba. Confira nossas escolas:

➔ Escola de Educação de Estimulação e Desenvolvimento – CEDAE: Faixa Etária: 0 a 5 anos e 11 meses. 

➔ Escola Luan Muller: Faixa Etária: de 06 a 15 anos e 11 meses. 

➔ Escola Terapêutica Vivenda: Faixa Etária: a partir de 16 anos, com atuação no EJA. 

➔ Escola Integração e Treinamento do Adulto – CITA: Faixa Etária: acima de 16 anos, com atuação no EJA. 

➔ Escola Agrícola Henriette Morineau: Adultos e adolescentes a partir de 17 anos.

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