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Crianças e jovens com deficiência são mais suscetíveis à violência aponta estudo

O bullying é uma das violências sofridas e deve ser combatida principalmente no ambiente escolar.
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Eduarda Zeglin
Jornalista, Assistente de Comunicação, Marketing e Eventos
Publicado em

O preconceito e a violência contra crianças com deficiência intelectual continua sendo um problema recorrente em nossa sociedade, e uma das formas de violência enfrentadas por elas é a prática de bullying.

O bullying pode assumir várias formas, como ridicularização, exclusão social, agressões verbais e físicas, além de outros comportamentos hostis e humilhantes. Essas ações são extremamente prejudiciais e trazem um impacto profundo na vida dessas crianças, afetando seu bem-estar emocional, autoestima e desenvolvimento social.

De acordo com uma matéria publicada pela CNN Brasil, uma pesquisa feita pela The Lancet Child & Adolescent Health alerta para o caso, o estudo foi realizado entre 1990 e 2020, envolvendo mais de 16 milhões de indivíduos de 25 países, incluindo o Brasil. 

A pesquisa ainda apontou que jovens que apresentam transtornos mentais e deficiências cognitivas ou de aprendizagem, como transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e autismo, por exemplo, são particularmente mais vulneráveis à violência. 

Muitas dessas práticas também são recorrentes nas escolas, medidas como realização de campanhas e projetos de prevenção e conscientização sobre o bullying devem ser adotadas, pois tornam a informação cada vez mais presente no dia a dia dos alunos, assim conseguem ter a percepção e a dimensão sobre as causas dela na vida de outros colegas. 

Allane Cardoso, psicóloga que atua na escola Luan Muller da Apae Curitiba, diz que a família também exerce um papel fundamental durante esse processo, é preciso estar atento aos sinais que as crianças dão. A partir do momento em que eles se encontram vulneráveis e apresentam comportamentos como baixa autoestima, isolamento, ansiedade ao estar prestes a ir para a escola ou local em que possa estar sofrendo bullying, comportamento agressivo, alteração de sono, e até mesmo sintomas físicos, como enjoo, dor de cabeça e suor excessivo deve-se procurar ajuda. 

Em casos onde a criança seja vítima de bullying dentro da escola é preciso que a equipe multidisciplinar se reúna com a família para que juntos, possam desenvolver estratégias de enfrentamento para a situação. Cardoso destaca que ‘’a relação entre família e escola é de total importância para que seja feito o melhor pela criança. Somente com a colaboração de todos, o aluno será beneficiado integralmente, pois terá auxílio e suporte em todas as áreas de sua vida,’’ relata a psicóloga. 

É importante abordar o tema do bullying de forma transparente na sala de aula, trazendo situações reais e exemplos que os alunos possam compreender. A especialista conta que muitas vezes, para os alunos que praticam o bullying, essas ações são apenas como brincadeiras inofensivas. No entanto, é fundamental que eles tenham o apoio de profissionais da educação capacitados para promover uma troca assertiva e possibilitar o conhecimento sobre esse assunto.

Ao trazer o tema para a sala de aula, os alunos têm a oportunidade de refletir sobre suas atitudes, desenvolver empatia e compreender a importância do respeito mútuo. Discussões abertas, atividades educativas e ações de conscientização podem contribuir para a construção de uma cultura de respeito e solidariedade entre os estudantes.

Allane, além disso, compartilha algumas dicas importantes para ajudar as crianças a entenderem a condição das pessoas com deficiência e evitarem atos de violência.

Uma das dicas é criar situações de interação social, proporcionando oportunidades para que as crianças conheçam e desmistifiquem tabus relacionados à deficiência. Isso pode ser feito por meio de atividades conjuntas em sala de aula, jogos inclusivos ou projetos que envolvam a participação de todos os alunos.

Outra medida fundamental é investir na formação dos professores, para que eles tenham informações seguras e precisas sobre as necessidades específicas de cada criança com deficiência. Dessa forma, poderão desenvolver estratégias adequadas, garantindo a inclusão e a participação plena de todos os alunos.

É essencial explicar de forma clara e transparente aos estudantes sobre os tipos de ajuda que uma pessoa com deficiência pode precisar. Assim, seus colegas de classe poderão desempenhar o papel de apoiadores, incentivando a amizade, o respeito e a empatia entre eles.

Promover a conscientização e a compreensão da diversidade desde a infância é fundamental para construir uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. Ao adotar essas medidas, as escolas podem criar um ambiente em que todas as crianças se sintam valorizadas, independentemente de suas habilidades e limitações.

A colaboração entre os alunos em prol de um objetivo comum, que é a inclusão, fortalece os laços de amizade e ajuda a eliminar estigmas e preconceitos. Ao trabalhar em conjunto, as crianças aprendem a importância da diversidade, da tolerância e do respeito, construindo uma base sólida para uma sociedade mais inclusiva no futuro.

Vale ressaltar que todos têm o dever de serem tratados com respeito e dignidade, independentemente de suas habilidades intelectuais. Ao combater o bullying com crianças com deficiência intelectual, estamos construindo uma sociedade mais inclusiva, onde todas as crianças sejam acolhidas.O preconceito e a violência contra crianças com deficiência intelectual continua sendo um problema recorrente em nossa sociedade, e uma das formas de violência enfrentadas por elas é a prática de bullying.

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