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Mesmo com o avanço socioeconômico do corpo social obtido nos últimos dez anos, o analfabetismo entre adultos continua sendo uma realidade alarmante no Brasil.
A alfabetização é um fator decisivo para o futuro de qualquer indivíduo, impactando não só nas oportunidades de vida; como maiores possibilidades de emprego, acesso à informação e outros, mas também no desenvolvimento cognitivo da pessoa.
Logo, o acesso à educação é indispensável para o desenvolvimento da população e para a redução das desigualdades sociais, em especial das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla.
A United Nations Educational, Scientific and Cultural Organisation (UNESCO) define a palavra analfabetismo como a incapacidade de ler e escrever um enunciado simples, com relação ao cotidiano.
Em 2022, um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 5,6 % das pessoas com 15 anos ou mais de idade, equivalente a 9,6 milhões de pessoas, eram analfabetas no Brasil.
Outra pesquisa realizada pelo IBGE indicou que, no terceiro trimestre de 2022, a taxa de analfabetismo para pessoas com deficiência foi de 19,5%, enquanto a taxa referente às pessoas sem deficiência foi de 4,1%.
A fim de comprovar a existência da disparidade social em relação ao acesso à educação às pessoas com deficiência, o IBGE mostrou que a maior parte das pessoas de 25 anos ou mais com deficiência não completaram a educação básica: 63,3% eram sem instrução ou com o fundamental incompleto e 11,1% tinham o fundamental completo ou médio incompleto. Para as pessoas sem deficiência, esses percentuais foram, respectivamente, de 29,9% e 12,8%.
O artigo “Distúrbios do desenvolvimento- Estudos Interdisciplinares”, de 2018, publicado por Cibelle Amato, Decio Brunoni e Paulo Boggio, possui uma seção dedicada a falar sobre o impacto do analfabetismo para o desenvolvimento cognitivo de adultos.
A obra mostrou que a aprendizagem da leitura afeta o desenvolvimento da consciência fonológica, também altera a forma de apresentar e armazenar informações na memória e está associado a funções executivas mais complexas, como tomada de decisão. Além disso, o escritor informa que o analfabetismo é capaz de modificar a percepção visual e outras habilidades espaciais. Veja:
A consciência fonológica é a habilidade de identificar, manipular ou isolar os sons da fala. Essa capacidade está associada a decodificação fonológica, assessorando na conversão dos símbolos visuais e sonoros. Dessa forma, a habilidade de lidar explicitamente com unidades fonêmicas não se desenvolve espontaneamente, indicando que a alfabetização e leitura contribuem significativamente para isso.
Em termos gerais, a memória é uma função cognitiva que proporciona que informações e experiências prévias sejam armazenadas e acessadas quando necessário. A falta de leitura afeta o desenvolvimento da alça fonológica, a qual é responsável por conservar as informações acústicas e verbais na memória.
As funções executivas (FE) são um conjunto de habilidades responsáveis pelo controle do comportamento, que influencia em competências como: resolução de problemas, planejamento, tomada de decisão e raciocínio. A falta de educação formal e de leitura são apontadas como variáveis com impacto relevante ao desempenho cognitivo e desenvolvimento das FE, é notável a dificuldade de manter resultados e da tomada de decisão.
A aprendizagem de leitura interfere nas estratégias de busca visual, orientação cognitiva, processamento visuoespacial, padrões de lateralização e outros. Isso acontece porque há uma tendência de direcionamento visual relativa à direção do sistema de escrita em que a pessoa está inserida. Cria-se um padrão de análise visual que não é comum a pessoas analfabetas.
A partir desse ponto, torna-se evidente a influência que o aprendizado da leitura exerce no desenvolvimento cognitivo do indivíduo. Durante a fase da educação infantil, a criança consegue aprimorar tanto a fala quanto a escrita, sendo crucial um acompanhamento especializado nos estágios iniciais de aprendizado, especialmente na leitura, para crianças com deficiência intelectual. A Escola de Estimulação e Desenvolvimento (CEDAE) da Apae Curitiba conta com profissionais capacitados para proporcionar um ambiente propício ao pleno desenvolvimento dessas crianças, garantindo que alcancem seu potencial máximo.
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A Escola de Estimulação e Desenvolvimento (CEDAE), atende a Educação Infantil na Modalidade Educação Especial, oferece atendimento pedagógico e terapêutico, de estimulação precoce e pré-escolar, com idade cronológica de 0 a 5 anos e 11 meses. O atendimento é destinado às crianças com síndromes, atrasos de desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual. O objetivo principal é promover, através do processo educacional e terapêutico, a formação do cidadão, sua estruturação para a independência, autonomia e autorrealização. Conheça a escola clicando AQUI.
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