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Estudantes da PUCPR lançam primeira revista inclusiva para jovens com deficiência, em parceria com a Apae Curitiba

Idealizado por quatro estudantes de jornalismo, o projeto promove uma nova abordagem de inclusão e acessibilidade.
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Eduarda Zeglin
Jornalista, Assistente de Comunicação, Marketing e Eventos
Publicado em

Com o propósito de promover inclusão por meio da informação, estudantes de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) lançaram, na última quinta-feira (7), a Revista Boreal — a primeira revista cultural brasileira voltada para jovens com deficiência intelectual. O lançamento aconteceu na Escola Agrícola da Apae Curitiba, onde o projeto foi desenvolvido em colaboração com estudantes da instituição, usando linguagem acessível para facilitar a compreensão do conteúdo.

O projeto é composto pelos estudantes Lorena Motter, Mariana Gomes, Valentina Nunes e Victor Gambetta. Mariana, diretora comercial, destaca a inovação que a revista representa no jornalismo brasileiro: “Pela primeira vez, temos um conteúdo totalmente voltado para jovens adultos com deficiência intelectual que não é sobre a deficiência deles, e sim sobre assuntos interessantes da cultura atual”, afirma. “Podemos dar a esse público um material novo, nunca antes visto, e totalmente acessível a eles”. 

Lorena Motter, idealizadora e editora-chefe, dedicou o projeto à sua paixão por comunicação e causas sociais. Integrada ao trabalho de comunicação da Apae, ela decidiu criar esse novo modelo para mostrar que a representatividade é essencial para promover a verdadeira inclusão. “A Revista Boreal me proporcionou uma experiência transformadora, que reforçou a importância da inclusão e acessibilidade”, disse.

A Revista Boreal traz conteúdos pedagógicos interativos, tutoriais ilustrados, apoio visual, QR codes que direcionam para vídeos e conteúdos extras, além de vídeos no TikTok e Instagram da marca, complementando as reportagens. A edição inclui também um ensaio fotográfico e explora editorias como cinema e séries, música, perfis, saúde e bem-estar, beleza e moda, tudo pensado para promover uma experiência inclusiva e acessível.

Além disso, a equipe adotou três selos diferenciados. O Selo Azul é voltado para leitores com compreensão básica, o Selo Vermelho utiliza Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA) para quem necessita de auxílio na leitura, e o Selo Verde é indicado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sensíveis a cores fortes. Essa divisão garante que a Boreal atenda às necessidades específicas de seu público, oferecendo um conteúdo acolhedor e adaptado.

O lançamento contou com a participação de Uillian Aparecido de França, aluno da Apae Curitiba, escolhido para estampar a capa da revista. Durante o evento, ele autografou exemplares para seus colegas e expressou sua satisfação em fazer parte da produção. “Eu amei a experiência! Gostei muito do ensaio fotográfico, foi incrível”, disse Uillian, empolgado.

Valentina Nunes, diretora de comunicação do projeto, descreveu o trabalho na criação da revista como uma experiência transformadora. Acostumada ao jornalismo tradicional, ela encarou o desafio de adaptar a linguagem para torná-la acessível e envolvente para jovens adultos com deficiência intelectual. “A gente teve que trazer textos menores, mais resumidos, palavras simplificadas para eles entenderem”, explicou, ressaltando a importância de um novo jornalismo que dialoga diretamente com esse público jovem adulto, muitas vezes excluído de iniciativas semelhantes.

Essa foi sua primeira experiência com pessoas com deficiência, e o impacto do projeto superou suas expectativas. Durante o processo,Valentina pôde observar a empolgação dos alunos ao participarem de entrevistas e sessões de fotos, mesmo sem entenderem totalmente o propósito. Com a revista finalizada, ela se sentiu realizada ao ver a felicidade deles ao receberem o produto em mãos.

Victor Gambetta, diretor de arte do projeto, foi responsável pelo design gráfico e pela criação visual da Revista Boreal, buscando unir acessibilidade e atratividade. ‘’Tem sido um desafio gratificante poder tornar a cultura acessível e inclusiva para todos’’, concluiu.

O projeto é uma parceria entre a Editora (In)Finito e a Apae Curitiba, reunindo profissionais especializados para tornar a revista totalmente inclusiva e acessível ao público-alvo. Mauro Mocochinski, diretor da Escola Agrícola, acompanhou de perto o processo de criação dos estudantes e destacou a importância do trabalho realizado e a clareza das informações apresentadas. “Eles conseguiram, através desta revista, transmitir exatamente o que os estudantes precisam entender e aprender sobre alguns temas, usando uma linguagem simples e acessível. Esse é o propósito: atingir a pessoa com deficiência e fazer com que se sintam pertencentes à sociedade”, enfatizou.

O evento de lançamento da Revista Boreal foi um momento especial, repleto de atividades pensadas para integrar e alegrar os estudantes da Apae Curitiba. Além da apresentação da revista, os jovens se divertiram com pintura de rosto, muita música e sorteios de brindes, criando um ambiente acolhedor e festivo.

Para saber tudo sobre Deficiência Intelectual, Síndromes e Transtornos, siga a Apae Curitiba no Facebook e Instagram.  

A Escola Agrícola Henriette Morineau

A Escola Agrícola Henriette Morineau está localizada na Rua Orlando Peruci, 1472, Butiatuvinha – Santa Felicidade -, em Curitiba. Proporciona aos estudantes, serviço social e atendimentos de neurologia, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e terapia ocupacional.

Assim como toda Apae, atende pessoas com deficiência intelectual ou múltipla. Seu público alvo envolve adolescentes e adultos a partir de 17 anos, com deficiência intelectual moderada e leve. Busca desenvolver a educação de jovens e adultos e profissionalização em cursos, a partir do limite da deficiência. 

Conheça a escola clicando AQUI

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